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Lésbicas e mídia

A Cads – Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual promoveu nesta terça-feira (26), em seu auditório no Centro de São Paulo, a mesa redonda “Visibilidade Lésbica – o segmento de mulheres lésbicas e bissexuais na mídia”, que contou com a participação de aproximadamente 15 pessoas, entre estudantes, sociólogos, militantes e jornalistas.

A mesa, mediada pela editora do Dykerama.com, Nina Lopes, trouxe à tona importantes discussões sobre a representatividade das mulheres lésbicas e bissexuais na mídia e como a grande imprensa lida com certas questões da comunidade LGBT. Outro assunto que gerou amplo interesse entre os participantes da mesa foi o tema proposto pela blogueira do Dykerama Elisângela Nunes, sobre diversidade sexual nas escolas e o papel que elas têm nos novos rumos da educação no país.

A educadora e colunista Dri Quedas, convidada para o debate, destacou que a mídia, principalmente a TV, não reflete a realidade do segmento de mulheres lésbicas e bissexuais. Nina Lopes acrescentou que programas de televisão obedecem única e exclusivamente aos números do ibope. “A TV não contempla a diversidade, apenas deseja alavancar sua audiência”, afirmou.

Para Dri Quedas, a televisão faz uma representação dos extremos. “Ou retrata lésbicas que parecem intocáveis, que nutrem o amor sublimado, ou mostra a lésbica masculinizada, caricaturada”, observou. “As novelas, por exemplo, tentam ser politicamente corretas, mas não querem discutir a realidade. Isso é ruim porque nos contentamos com o lugar-comum e com uma representação equivocada da comunidade LGBT”, completou Nina.

Os participantes também discorreram sobre as diferenças entre a mídia segmentada e a grande imprensa. Na opinião de Dri Quedas, a grande imprensa não tem cumprido com seu dever de informar, distorcendo alguns fatos, como se vê na cobertura pós-parada. “A grande imprensa privilegia o grotesco, o ‘diferente’, fazendo uma carnavalização de fatos e coisas”, afirmou a educadora.

Outra questão levantada pelos participantes da mesa redonda foi o preconceito que grandes empresas têm de anunciar em veículos gays. “Observa-se que grandes empresas resistem em anunciar na mídia segmentada por puro desconhecimento desse público”, disse Nina Lopes. “Acredito que o fato de certas empresas não apostarem no segmento contribui para a falta de visibilidade das lésbicas na mídia e para o preconceito que enfrentamos no Brasil”, concluiu.

A programação da Cads para a IV Semana da Visibilidade Lésbica continua até a próxima sexta-feira (29). Nesta quarta (27), será realizada uma visita à exposição “Bossa na Oca”, que homenageia os 50 anos da Bossa Nova. Os ingressos são limitados e as interessadas devem ligar para o telefone: (11) 3113-9749.

Amanhã, quinta, o Cine Olido (av. São João, 473, Centro), em parceria com o Festival Internacional de Curtas-metragens de São Paulo, promove exibições especiais de filmes com a temática lésbica. As sessões ocorrem às 15h, 17h e 19h.

E, na sexta, tem noite de autógrafos com Anita Costa Prado, criadora da personagem lésbica Katita. Ela estará na Livraria HQ Mix, localizada à praça Roosevelt, 142, Centro. Não perca!

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