Quem é LGBT e vive em Itatira, cidade que fica a 212 km de Fortaleza, corre risco todos os dias de ser literalmente apedrejado por conta do preconceito. É o que informa a reportagem do UOL.
+ Presidente da Câmara dos Deputados ameaça direitos LGBT
Com cerca de 20 mil habitantes a cidade registrou seis casos graves de agressão. E encaminhou na última um relatoria à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Na reportagem, o casal Antonio Claudemir Marcolino Macedo, de 34 anos, e Francisco Castro, de 33, tiveram a casa apedrejada por três vezes e recebem inúmeras ameaças. "Somos cidadãos de bem, trabalhamos e vivemos a nossa vida da nossa forma, mas as pessoas se incomodam", diz Castro, que está casado há 10 anos. "Vivemos amedrontados. Já tentaram nos derrubar da moto na estrada e tivemos a casa apedrejada por três vezes. Por sorte ninguém se feriu".
A travesti Kyara Nanachara Medeiros, de 27, também declarou que foi espancada e apedrejada por um desconhecido. "O homem apareceu por trás de um caminhão e me atacou. A rua estava deserta. Fui sendo espancada até um galpão, lá ele também jogou pedras. Não sei como não morri", disse Kyara.
+ "Mais um entre tantos abusos", diz Roberta Close sobre novo bullying da mídia
Responsável pelo relatório enviado à União, a ativista Alice Oliveira declarou que é necessário que os casos cheguem ao conhecimento do Judiciário para que sejam tomadas medidas legais e educacionais.
O prefeito da cidade, Antônio Almir Bié da Silva e a secretária de Assistência Social, Maria Pastora da Silva, não foram localizados até o fechamento da reportagem para comentar os casos.