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Liberdade de gênero – GNT exibe série que mostra a diferença entre orientação sexual e gênero

Série que estreia hoje de João Jardim discute questões de gênero e dá ênfase nos relatos de superação

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"Às vezes, eu fazia xixi só uma vez por dia para evitar ir ao banheiro e tocar meu pênis". A sentença dolorosa diz muito sobre como é, hoje, a vida de uma pessoa transgênero no Brasil.

Amanda Guimarães, uma transexual de 28 anos de Gravataí, no Rio Grande do Sul, abria mão das necessidades básicas para não confrontar-se com o sexo em que nasceu, mas que não se identificava.Até fazer a cirurgia de redesignação sexual, a jovem youtuber passou por momentos traumáticos e de tomada de decisões. Vivências que agora, se tornam públicos na série Liberdade de gênero, com estreia hoje no GNT.

 
Amanda é uma das 10 personagens escolhidas pelo documentarista João Jardim, que percorreu de Norte a Sul do país em busca de boas histórias. No primeiro episódio, percebe-se que o vigor presente em projetos anteriores – como a série Amores livres, sobre relações poliamorosas – se repete. No entanto, dessa vez o fator social vai além do preconceito. Trata-se de um registro urgente em uma sociedade marcada pela violência contra transgêneros. Mais que causar medo, o obscurantismo com que o tema é tratado oprime. O ódio também mata.
 
"A gente sempre notou que ela era diferente", diz o relato da irmã de Amanda. A descontração com que a família da primeira personagem encarou o assunto em frente às câmeras difere da ideia de que a descoberta é, necessariamente, traumática e dolorosa. Como, de fato, ainda acontece na maioria das famílias. "Normalmente, temos a imagem dos trans como pessoas que não têm relações afetivas sólidas. Fomos pelo lado oposto, mostramos trans que têm família, parceiro, boa relação com pais e irmãos", explica o diretor.
 
Ninguém precisa aceitar, só respeitar. A mensagem prevalecerá nos episódios, que vão ao encontro do debate que prega: não são os órgãos sexuais que definirão quem você é. Sexo, orientação sexual e gênero são coisas diferentes e ficam evidentes na atração, exibida sempre às quartas, às 21h30. "Há uma questão específica porque elas não se identificam com o gênero pelo qual elas foram designadas biologicamente. Elas são iguais a gente, e estão mais próximas do que se imagina. A visão estereotipada é que a pessoa muda de gênero para poder se relacionar com pessoas de outro gênero. Não tem nada a ver", conta.
 
Um dos entrevistados de peso da série que inclusive ilustra a matéria é o cantor Liniker que se destacou na música não apenas por conta de sua bela voz, mas também por conta de seu visual pouco comum.
 
 
 
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