Será que pressão gay sobre a Avon fez efeito e continua a fazer?
Para quem não sabe, em abril deste ano, ativistas gays iniciaram uma campanha contra a disponibilização de livros da Editora Central Gospel, do pastor homofóbico Silas Malafaia, no catálogo da marca, especialmente a obra "A estratégia: o plano dos homossexuais para transformar a sociedade", do também pastor Louis Sheldon. Delirante, o livro pseudocientífico traz diversas acusações infundadas e depreciativas contra os homossexuais.
A campanha, que resultou em um abaixo-assinado, chamou à atenção por ter sido promovida por consumidores comuns, e não por entidades do movimento LGBT organizado, embora estas posteriormente tenham apoiado a iniciativa.
A Avon Brasil chegou a publicar uma nota que dizia ser "um de seus mais importantes pilares o respeito à diversidade, em todos os seus aspectos" e que a marca "busca atender de forma ampla e democrática aos consumidores de mais de 100 países, oferecendo uma ampla variedade de cosméticos e outros produtos – entre eles, os livros -, para atender à pluralidade de preferências, ideias e estilos de vida".
Em junho, porém, a edição do catálogo "Moda & Casa" já não trazia mais nenhum livro da editora de Malafaia. Não houve comunicado oficial da empresa sobre os motivos, nem confirmação se a retirada seria permanente.
Segundo Silas Malafaia, a retirada era programada e os livros deverão voltar até o final do ano. O pastor declarou ainda que a hipótese de que eles haviam saído do catálogo por pressão dos homossexuais era "mais uma mentira e safadeza de ativistas gays, o que é bem peculiar do caráter deles".
À época, representantes da Avon, por sua vez, informaram que os livros da Central Gospel são oferecidos de forma revezada e que, excepcionalmente, não haviam sido incluídos no catálogo de junho, embora, diferentemente do declarado por Malafaia, não teria havido prazo de retorno para as obras.
Agora, na nova edição do folheto lançada em julho e que já traz ofertas para o Dia dos Pais (foto), a ausência das obras da Central Gospel permanece.
Apesar da presença de autores cristãos, como Sonia Hernandes e Benny Hinn, os livros da editora de Malafaia não estão lá. "A estratégia" também não. Novamente, não houve confirmação se a retirada foi motivada pelos protestos e, novamente, a Avon informou não haver previsão para o retorno dos livros.