A icônica diva transformou a música e a moda em 1985, criando um fenômeno cultural que inspira até hoje
Há exatos quarenta anos, Madonna encerrava sua primeira grande turnê nos Estados Unidos, apresentando o álbum Like a Virgin para uma legião de fãs que se multiplicava a cada show. Entre abril e junho de 1985, a ambiciosa cantora tomou conta de palcos importantes como o Madison Square Garden e o Radio City Music Hall, ambos em Nova York, EUA, consolidando-se como a rainha indiscutível do pop dos anos 80.
O fenômeno Madonna e sua ascensão meteórica
O ano de 1985 marcou o ápice da fase inicial da carreira de Madonna. Seu segundo álbum, Like a Virgin, lançado no final de 1984, catapultou a artista para um estrelato sem precedentes. O single que dá nome ao disco uniu, de forma ousada, desejos sensuais e uma inocência provocante, causando desconforto em setores conservadores, mas conquistando o público jovem e diverso.
Além disso, “Material Girl”, o segundo sucesso da era, trouxe um clipe que homenageava o glamour hollywoodiano, temperado com a irreverência e ironia características da Madonna. Esses hits não só vendiam milhões de cópias — mais de 21 milhões ao redor do mundo — como também inspiravam uma legião de fãs a adotarem seu estilo único e empoderado.
O estilo que virou símbolo de resistência e liberdade
O visual de Madonna nesta turnê tornaria-se uma assinatura cultural: saias curtas, meias arrastão, uma profusão de colares, crucifixos e acessórios provocativos. Criado pela designer Maripol, esse look foi adotado massivamente por jovens, especialmente mulheres, que encontravam na moda uma forma de expressão e afirmação de identidade. As “wannabes” — como foram apelidadas — reproduziam esse estilo em todo o país, transformando-o em um ícone da década.
Essa influência foi sentida até nos setores mais inesperados, como o mercado de lingerie, que viu suas vendas dispararem graças à inspiração Madonna. Grandes lojas como a Macy’s tiveram que repor constantemente seus estoques de acessórios e roupas no estilo da estrela, mostrando o impacto cultural e econômico de sua imagem.
Uma turnê que quebrou barreiras e uniu multidões
A turnê Like a Virgin foi um desafio audacioso: Madonna passou de pequenos clubes para arenas lotadas, com datas praticamente diárias ao longo de dois meses. Acompanhada pelos então emergentes Beastie Boys, a diva provou seu poder de atração e carisma. Os ingressos para os shows esgotavam em minutos, e os lucros, somando vendas de bilhetes e merchandising, ultrapassaram a marca dos 5 milhões de dólares da época — quase 15 milhões hoje.
O repertório era uma festa para os fãs, mesclando sucessos do primeiro disco como “Holiday” e “Into the Groove” com os hits de Like a Virgin. A energia dos shows e o magnetismo de Madonna criaram um fenômeno social que ultrapassou gerações, rompendo com padrões e abrindo espaço para uma nova era de diversidade e liberdade na música pop.
Hoje, ao olharmos para trás, entendemos que aquela turnê não foi apenas um evento musical, mas um marco na representatividade e empoderamento, especialmente para a comunidade LGBTQIA+, que sempre encontrou em Madonna uma musa e aliada. Quarenta anos depois, seu legado segue vibrante, inspirando a ousadia, a autenticidade e o amor livre que celebramos no acapa.com.br.