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Mãe denuncia violência sofrida por filho gay; Caso aconteceu em Pernambuco

A estudante de Direito e dona de casa Ângela Dantas denunciou nesta quinta-feira (27), ao Instituto Boa Vista, ONG que desenvolve o projeto Cidadania LGBT no Recife, a agressão sofrida pelo seu filho o cantor Airton Jesus, 27 anos, no último domingo (23) por seguranças do Terminal Integrado de Passageiros Tancredo Neves, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. O rapaz diz ter sido vítima de agressão motivada por homofobia. Segundo Airton Jesus, a agressão foi cometida quando ele e mais dois amigos voltam de uma festa e foram até o banheiro do TI. Com hematomas nas costas, nos braços e na cabeça, Aírton foi hospitalizado e afirma que um zelador do terminou o agrediu por discriminar a opção sexual do trio. “Eu cheguei no terminal por volta das 7h30 junto com mais dois amigos, para voltar para casa. Quando fomos ao banheiro, o zelador começou a dizer que nós três éramos uma aberração de Deus e que estávamos assediando outras pessoas no terminal, mas a gente estava arrumando o cabelo em frente ao espelho. Meus amigos também foram agredidos, mas, entre os três, quem sofreu mais fui eu”, conta o cantor. “No momento em que nos encontrávamos no banheiro não havia nenhum usuário. Nunca imaginei na minha vida passar por uma situação tão crítica e humilhante como essa! Não vou deixar isso impune, com certeza foi homofobia”, desabafa Airton. Em sua conta pessoal do Facebook, Airton denunciou o caso, fez seu relato e postou imagens dos ferimentos e hematomas. O cantor se queixa também que não recebeu atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira e que os policiais militares acionados por meio do 190 conversaram com os seguranças e não tomaram nenhuma providência, o orientando a voltar para casa. Com muitos hematomas, mais tarde a vítima foi internada com apoio da sua mãe na Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura, da noite do domingo até as 14h da segunda-feira (24) para a realização de exames, que descartaram fraturas os lesões em órgãos internos. A dor, mais que física, é de revolta pelo preconceito: “Estou absurdamente traumatizado com tudo que me aconteceu. Passei por momentos de terror naquele terminal e senti na pele o mal que o preconceito pode fazer com pessoas inocentes que apenas querem ser respeitados como todos”. “Irei lutar ao lado do meu filho para que os culpados sejam punidos. É uma dor muito grande para uma mãe ver o seu filho tratado como um delinquente”, denuncia dona Ângela Dantas. O caso que está sendo acompanhando pelo Departamento Jurídico do Instituto Boa Vista foi encaminhado à polícia, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). De acordo com o advogado de defesa de Airton Jesus, João Henrique Batista, do Instituto Boa Vista, o próximo passo é esperar o resultado do laudo do exame de corpo de delito realizado pelo Instituto de Medicina Legal do Recife (IML), para pedir providências à polícia na investigação do caso. “Queremos dar início à responsabilização dos agressores”, afirma. O Instituto Boa Vista, por meio do seu projeto de Cidadania LGBT, oferece gratuitamente atendimento para vítimas de discriminação e violência com base na orientação sexual e identidade de gênero. O IBV coloca à disposição da população LGBT serviços especializado por uma equipe composta por advogados, psicólogos, assistentes sociais e agentes de direitos humanos. O público tem acesso a serviços como apoio psicológico e social, que é feito pessoalmente, além de orientação e encaminhamento jurídico para os casos de homofobia e mudança de nome social – este direcionado exclusivamente para as pessoas transexuais. A sede do Instituto Boa Vista funciona na Rua das Ninfas, 84-A, ao lado da boate Metrópole, de segunda-feira a sexta-feira das 14h às 20h. Quem quiser pode agendar a sua visita ligando para o número: (81) 3072-9799.

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