A mãe biológica do bebê que estava sob a guarda da transexual Roberta Góes Luiz, de 30 anos, está respondendo a um processo por maus tratos na Vara da Infância de São José do Rio Preto. Segundo Roberta, a mãe do garoto chegou a jogá-lo contra uma parede durante um acesso de raiva.
De acordo com Roberta, a mãe do garoto, de 16 anos (15 quando a criança nasceu), chegou a levar o filho num bar com música ao vivo. Fontes ligadas a adolescente apontam que o pai do bebê, responsável pela denunciou da mãe, já esteve preso. O casal ficou junto aproximadamente um mês, segundo reportagem publicada no Globo Online na última semana.
Victor, a criança, ganhou peso durante o período em que esteve sob os cuidados de Roberta. Mirrado quando foi entregue a ela, pela avó, o garoto chegou a tomar 11 mamadeiras por dia sob a proteção da trans. “Lá no abrigo, apelidaram ele de Touro Bandido (da antiga novela ‘América’, da TV Globo), porque ele é gordo e bravo” revelou Roberta.
A guarda da criança já tinha sido tirada da mãe e passada para a avó, no início do ano passado, por causa do processo por maus-tratos. “Um dia, a avó do bebê veio aqui e disse que queria sair naquela noite e não tinha com quem deixar o neto” comenta a transexual.
Na ocasião o bebê estava com bronquite alérgica. Ao levá-lo ao médico, descobriu que o garoto já havia passado por lá antes, com problemas no intestino. Sensibilizada com a fragilidade da criança, Roberta conversou com a avó, que disse não ter dinheiro nem para comprar uma caixa de leite. Aí a transexual resolveu ficar com a criança.
A Justiça determinou que a criança fosse tirada de Roberta e levada a um abrigo, em abril de 2007. Este foi o segundo mandado de busca e apreensão do garoto. O primeiro, Roberta conseguiu reverteu. A cabeleireira decidiu esconder-se com o bebê por dois meses, e só voltou a ser vista quando o juiz desistiu de pedir a apreensão do bebê. Na terceira e última vez, em novembro, o oficial de justiça apareceu no salão de beleza de Roberta, acompanhado de policiais armados, para levar o menino. “Foi como se eu fosse bandida. Por acaso, nesse dia a mãe biológica do garoto estava no salão, mas nada fez.”
Atualmente a transexual pode ver a criança apenas uma hora por semana. As visitas são feiras numa casa de apoio ao abrigo onde a criança está. “A Justiça argumenta que, se eu souber onde fica o abrigo onde ele está, posso tentar seqüestrar meu filho” desabafou Roberta.