A jornalista, militante e mãe de um filho homossexual Maju Giorgi – do grupo "Mães Pela Igualdade" – foi entrevistada pelo jornal O Estado de São Paulo no domingo (23) e falou sobre homofobia, política no Brasil, avanços e retrocessos.
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Segundo Maju, casais gays não devem se intimidar pelo preconceito e devem, sim, se beijar nas ruas caso queiram. Afinal, "sair do armário" trata-se de um dos maiores atos políticos.
"Você quer melhor jeito de militar pela causa que esse? É dizer: eu estou aqui, eu existo e vocês vão ter que me engolir. Até para banalizar a história. Porque tudo o que vira natural deixa de ser manchete. Sair do armário é um ato político. Se todo mundo se esconder, a gente não sai do lugar", defendeu.
Maju declarou que os recentes dados sobre a homofobia no Brasil – a de que LGBT sofre agressão a cada 1 hora – não a surpreendeu e diz que ele pode ser maior, pois só foram contabilizadas as denúncias pelo Disque 100. "E os (casos) em que não se sabe?", questiona.
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Na entrevista, a jornalista lembrou que percebeu que o filho era gay aos cinco anos, que aos 15 ele revelou e que sofreu muito quando soube dos três ataques homofóbicos em que ele foi vítima. Segundo Maju, a homofobia só não foi criminalizada no Brasil pela ausência de políticos pró-LGBT como Barack Obama e François Hollande. "O Executivo não tem só que falar, como faz a Dilma (Rousseff). Falar, falo eu também e não acontece nada".
Ela frisa que discursos homofóbicos como o de Levy Fidelix são propagados como "afiador de facas" – "não mata com as próprias mãos, mas incentiva o louco a matar" – mas que o conservadorismo não deve prevalecer no Brasil. "Toda luta por liberdade acontece que nem maré: vai e volta, tem avanços e retrocessos. Até que um dia ela avança e não volta mais", diz Maju.