Dezenove denúncias diárias de violência motivada por homofobia. Homens, gays, negros, entre 15 e 29 anos, agredidos em casa por parentes e vizinhos. É esse o primeiro retrato oficial da maioria dos casos de homofobia no Brasil, segundo dados divulgados pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos da Presidência, informou reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
O estudo foi feito a partir de dados coletados em 2011 pelo Disque 100, que recebe e verifica denúncias de violações de direitos humanos, somados a registros da ouvidoria do SUS, da Secretaria de Políticas para Mulheres e do Conselho Nacional de Combate à Discriminação. É a primeira vez que o governo federal divulga estatísticas do gênero.
Ao todo, segundo a Secretaria, foram realizadas 6.809 denúncias. Em 62% dos casos, o suspeito era conhecido da vítima, com familiares e vizinhos respondendo por mais de metade das agressões. Por sinal, a casa da vítima é também o local onde mais acontece a violência, respondendo por 42% dos casos. A rua, por sua vez, é o local de outros 31% dos casos. Em cerca de um terço do total, a violência foi cometida supostamente por desconhecidos, sendo que 9% dos casos não tiveram a identidade do suspeito informada.
O estudo também traça o perfil majoritário dos agressores: em 52,5% dos registros, é homem; em 43,9%, é hétero – e também tem de 15 a 29 anos. Brancos e negros ficam muito próximos na estatística de suspeitos, com uma vantagem de pouco mais de 1% para os últimos. A maioria dos registros também aponta mais de um agressor. A violência psicológica, como humilhações e ameaças, foi a principal reclamação, com 42,5% do total, seguida de discriminação (22%) e violência física (16%).
Confira abaixo o quadro com os principais dados (reprodução: Folha de S. Paulo).