A ONG Estruturação – Grupo LGBT de Brasília divulga nesta quinta-feira (5) pesquisa que mostra as percepções da população heterossexual da capital federal sobre homossexuais, bissexuais e transgêneros e direitos deles. Foram entrevistadas 219 pessoas, de ambos os sexos, entre 9 de maio e 3 de junho em vários pontos do Distrito Federal.
Dentre os destaques da pesquisas estão o amplo apoio de heterossexuais à transformação em crime da discriminação contra LGBT, ser minoria os que contrários à união civil do mesmo sexo e a constatação de que pessoas com convivem mais diretamente com LGBT são menos preconceituosas do que as que não têm essa experiência.
Preconceito
Os homens ainda são os mais preconceituosos quando o assunto é diversidade de orientação sexual e identidade de gênero. Dentre as 43 questões da pesquisa, os homens são os que mais rejeitam a convivência com GLBT e os que são mais contrários a direitos desse segmento. Um exemplo é o fato de 21,2% das pessoas de sexo masculino entrevistadas terem dito que deixariam de fazer consulta com um médico ao descobrir que o profissional fosse gay ou bissexual. Por outro lado, apenas 9,6% das mulheres responderam sim quando perguntadas se fariam o mesmo em relação a uma médica lésbica ou bissexual.
União Civil
Quando perguntados a respeito da união civil entre pessoas do mesmo sexo, projeto que aguarda análise do plenário da Câmara dos Deputados, 33,8% dos entrevistados disseram ser a favor da proposta, 29,2% são contra, 25,6% posicionaram-se de forma indiferente e 11,4% são flexíveis em relação à união civil.
Segmentando estes dados por religião, percebe-se que os católicos são os mais favoráveis à proposta (45,9% deles). Já os protestantes são os que mais se posicionam contra a união entre pessoas do mesmo sexo (48,8% deles são contra).
DF favorável à criminalização da homofobia
A grande maioria dos entrevistados (67,4%) é favorável à aprovação da PLC 122/2006, projeto que visa tornar crime qualquer tipo de manifestação discriminatória contra homossexuais, bissexuais ou trangêneros. 18,3% são contra a aprovação da lei, 7,8% disseram ser flexíveis com a proposta e 6,4% são indiferentes ao assunto. O projeto de criminalização da homofobia está sendo analisado no Senado Federal.
A pesquisa explorou o nível de relacionamento dos entrevistados com GLBT para saber se esse fato interfere na percepção deles em relação à homofobia. A resposta foi positiva.
Para quem tem homossexuais e bissexuais na família, um quarto dos entrevistados, apenas 7,3%, dizem que sentem vergonha por esse fato. Dos que declararam não possuir parentes homossexuais e bissexuais, 24,1% avaliam que tal deva ser motivo de vergonha para a família.
O mesmo ocorre nas amizades. O Estruturação perguntou se, nos dois anos anteriores à pesquisa, o entrevistado teve algum amigo ou amiga que se declarou homossexual ou bissexual ou se o respondente descobriu que alguém do seu círculo de amizade não era heterossexual. Dos que viveram essa situação, apenas 3,1% deixaram de ter relação com a pessoa homo ou bissexual. Dos que não tiveram essa experiência, 8,9% disseram que terminariam a amizade caso esse fato ocorresse.