Outra escola de samba carioca resolveu criar um banheiro para o público GLS. Agora foi a vez da Mocidade Unida de Jacerepaguá inaugurar um banheiro na sua quadra, localizada na Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com os diretores da escola, foram os próprios homossexuais, principalmente as travestis, que pediram a criação do banheiro, já que eram discriminadas por outros integrantes da agremiação.
"Diziam que, se entrassem no banheiro feminino, as mulheres faziam um escândalo. No masculino, eram xingados, ameaçados de agressão", declarou Roberto Valeriano dos Santos, presidente da Mocidade Unida. Ele considera o banheiro uma das realizações do seu mandato, que teve início em maio desse ano.
Para o diretor da escola, Carlos Eduardo da Silva, o banheiro deixou todos os frequentadores da quadra mais à vontade. "Todo mundo que está ali é entendido. Depois que criaram o banheiro, as pessoas ficaram mais à vontade. Não só os entendidos, mas os heteros também" , disse ele.
Em janeiro desse ano a Unidos da Tijuca foi primeira escola a criar um banheiro especial para o público gay. Mas, muitos consideram a ideia apenas uma forma de esconder o problema. O banheiro seria uma forma de segregar, ao invés de discutir com propriedade a questão da discriminação na comunidade. Ainda mais em se tratando de escolas de samba, onde grande parte dos envolvidos são gays.
E se a ala gay é xingada e ameaçada de agressão, não seria o caso de punir esses agressores ao invés de isolar os travestis?
