Organizações LGBT convocam a Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antiracista em resposta aos comentários de Javier Milei durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça. O evento está agendado para o dia 1 de fevereiro em Buenos Aires, começando no Congresso da Nação e terminando na Plaza de Mayo. Esta mobilização surge como uma reação às declarações do presidente argentino, que foram vistas como ataques às minorias, incluindo casais homossexuais, pessoas trans e mulheres.
A Marcha Federal do Orgulho Antifascista e Antiracista foi organizada após uma assembleia realizada no Parque Lezama, onde ficou acordado que as vozes das pessoas trans e travestis teriam destaque na manifestação, simbolizando resistência e visibilidade. As coletividades que estão à frente da organização, incluindo grupos feministas e de direitos humanos, expressaram profunda preocupação com o que consideram um discurso de ódio emanado do presidente Milei.
Em um comunicado oficial, as organizações ressaltaram que “as incitações ao ódio proferidas pelo presidente na Conferência de Davos não são novidade, mas estabelecem um novo padrão de radicalidade em sua retórica violenta, que visa a exclusão e o extermínio de direitos”. A marcha será vista como uma resposta coletiva a um problema social e político que afeta toda a sociedade argentina.
Javier Milei, em suas declarações no dia 18 de janeiro, sugeriu que a agenda LGBT estaria impondo uma falsa noção de gênero, afirmando que “as mulheres são homens e os homens são mulheres apenas se assim se autopercibem”, gerando uma onda de indignação entre diversos setores da população.
Adicionalmente, o governo nacional apresentou recentemente um ambicioso projeto de reformas que inclui a revogação de cotas de emprego para pessoas trans e com deficiência, a eliminação da cota feminina em candidaturas políticas, a descontinuação do DNI não binário e a remoção da figura do femicídio do Código Penal. Tais propostas foram interpretadas pelas organizações como um retrocesso significativo nos direitos humanos e na igualdade.
Uma nova reunião está marcada para o dia 29 de janeiro na plazoleta Néstor Perlongher, em Avellaneda, para finalizar os detalhes da mobilização. As organizações enfatizaram a importância da participação ativa na marcha, que visa defender os direitos já conquistados e responder à violência institucional e simbólica que permeia a sociedade argentina. Este é um momento crucial para a comunidade LGBT, que busca reafirmar sua luta por igualdade e respeito em um cenário de crescente intolerância.
Quer ficar por dentro de tudo que rola? Dá aquele follow no Insta do Acapa.com.br clicando aqui e cola com a gente nas notícias mais quentes