A Marcha Nacional pela Igualdade LGBT, organizada pela Human Right Campaing (HRC) em Washington, reuniu cerca de 200 mil pessoas na porta da Casa Branca no último domingo (11/10). O ato marcou o fim de uma série de eventos pró-gay que aconteceram durante a semana. Destaque para o discurso do presidente Obama realizado no sábado (10/10) no jantar anual da entidade que organizou a marcha.
Segundo a imprensa local, quando os primeiros manifestantes chegaram ao Capitólio, ainda havia muita gente distante da Casa Branca, o destino final da manifestação. Os jornais disseram também que atos desse tamanho só se tem conhecimento na história recente das manifestações contra a guerra do Iraque.
Durante o percurso, os manifestantes que estavam presentes na Marcha Pela Igualdade pediram o fim das discriminações com base na orientação sexual. O principal foco de manifestação foi a questão da união civil. O slogan dizia: "Gay, Hétero, Branco, Negro: o matrimônio é um direito civil". Um outro cartaz menos amigo dizia: "Obama, não estamos pedindo. Estamos exigindo".
Parte do ativismo gay norte-americano esperava encontrar um ambiente muito hostil ao presidente Obama. Porém, o discurso feito pelo presidente, que tinha acabado de ganhar o Nobel da Paz na véspera da marcha, surtiu efeito e fez com que, principalmente o eleitorado jovem demonstrasse total apoio a nova gestão da Casa Branca.
"Estou com vocês nessa luta"
O discurso de Barack Obama mobilizou a mídia e ativistas do mundo inteiro. Na fala, o presidente reforçou o seu apoio à comunidade gay e disse que está no mesmo lado da luta, no caso, contra a homofobia.
Obama assumiu que as suas promessas ao coletivo LGBT não foram realizadas no tempo que ele desejava. "Estou com vocês nessa luta, não tenham dúvidas de que vamos avançar, o meu compromisso com vocês é indestrutível", declarou.
Em seguida, o presidente lamentou que a política do "dont’ask, don’t tell", que não permite homossexuais assumidos nas Forças Armadas, ainda permaneça. Disse que vai trabalhar para acabar com tal lei, adotada no governo Clinton (1993-2001), mas não revelou nenhuma data.
Muito bom no que diz respeito a retórica, Obama conseguiu conter os ânimos da militância, que já da sinais de cansaço, como você pode conferir aqui. Em certo momento do discurso o presidente norte-americano até lembrou o presidente Lula na abertura da I Conferência Nacional LGBT, ao dizer que irá trabalhar para "acabar com todo o tipo de preconceito".
Próximo do final de sua fala o mais novo Nobel da paz tocou em outro assunto que tem irritado os ativistas estadounidenses, o matrimônio. Barack Obama garantiu que vai terminar com a Lei de Defesa do Matrimônio, que permite apena a união entre homem e mulher.
Segundo analistas políticos dos Estados Unidos, Obama saiu vitorioso do seu discurso. A Marcha, que era para ser um grande palco de críticas a lentidão do governo atual dos EUA, virou celebração a um governo que apoia a comunidade gay. Obama injetou novo ânimo no movimento gay norte-americano. Resta saber se até quando.