Marcos Sacramento, um dos ícones do samba brasileiro, fala abertamente sobre os desafios de ser gay em um ambiente historicamente heteronormativo. Com 64 anos e um novo álbum intitulado ‘Arco’, Sacramento expressa sua trajetória marcada por superação, resiliência e a luta contra o preconceito. O cantor compartilha sua experiência de vida em um evento chamado Samba do Sacramento, que acontece no Centro do Rio de Janeiro, onde reúne uma multidão para celebrar a música e a diversidade.
Em sua carreira, Sacramento enfrentou diversos obstáculos, incluindo o etarismo no mercado musical, a dependência química e a homofobia. Ele destaca que, mesmo com o apoio de figuras importantes do samba, a aceitação de sua sexualidade sempre foi um desafio. “O ambiente do samba sempre torceu o nariz para gays”, revela. No entanto, ele encontrou força e apoio em comunidades como os Alcóolicos Anônimos, onde se recuperou e se mantém limpo há 24 anos.
Com seu novo disco, Sacramento busca conectar gerações, trazendo sonoridades contemporâneas e parcerias com músicos mais jovens. Ele acredita que cada canção tem uma alma e que sua missão é dar vida a essas histórias. Através do Samba do Sacramento, o cantor promove um espaço inclusivo e democrático, refletindo a pluralidade da sociedade brasileira. Para ele, o samba é mais que uma paixão; é uma forma de vida que o ajudou a superar suas batalhas pessoais. “Sou o que sou por causa do samba. Ele é tudo para mim”, finaliza Sacramento, com um sorriso que transborda alegria e gratidão por sua trajetória.
