Candidata à Presidência da República, Marina Silva (PSB) foi entrevistada pelo Jornal da Globo na madrugada de terça-feira (2) e foi questionada sobre as mudanças ou recuo de propostas pró-LGBT do programa de governo.
De acordo com a candidata, não houve recuo, mas um "erro de processo" da equipe que não considerou a mediação do debate com o movimento LGBT.
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"Eu nem interferi nesse processo. O documento que foi encaminhado como contribuição pelo movimento LGBT não foi considerado da mediação do debate, foi o documento tal qual eles enviaram. Vários setores enviaram as contribuições e obviamente nem todos colocaram 100% das propostas", respondeu.
Marina afirmou que garantirá os direitos civis da comunidade LGBT, o respeito à liberdade individual e o combate ao preconceito. "Isso está melhor escrito em nosso programa que dos outros candidatos", assegurou.
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Na entrevista, a candidata patinou ao ser perguntada se é contra ou a favor do casamento gay. "A Constituição brasileira tem uma diferenciação em relação ao casamento. O casamento é utilizado para pessoas de sexo diferentes, para pessoas do mesmo sexo a lei assegura a união civil", afirmou.
Marina foi novamente questionada pelo jornalista William Waack: "Mas qual é a posição da senhora (sobre o casamento)?". "A minha posição é de respeito à liberdade individual das pessoas. Nós vivemos em um estado laico, as pessoas têm o direito de exercitar a sua liberdade, independente da condição social, de raça ou de orientação sexual".
O jornalista questionou: "Se eu fizer uma manchete e disser 'Marina Silva é a favor do casamento gay' eu estou errado?". Marina respondeu: "Em termos de casamento, você está errado, pois o que nós defendemos é a união civil de pessoas do mesmo sexo".
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William voltou a questionar: "A manchete correta, então, é 'Marina Silva é contra o casamento gay'?". Marina disse: "A manchete correta seria: 'Marina Silva é a favor da união civil entre pessoas do mesmo sexo". Foi quando William constatou: "Casamento (gay) é uma palavra que não sai da sua boca". Marina minimizou: "É a forma que colocamos no programa".
Ao comentar a lei que criminaliza a homofobia, a candidata fez ressalvas: "Ninguém pode defender homofobia ou qualquer forma de preconceito. Por outro lado, você tem os aspectos ligados à convicção ou a manifestação de uma opinião. Você tem que separar isso e na lei não está adequadamente claro. É por isso que não colocamos tal qual o movimento havia encaminhado".