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Marta Suplicy e o equívoco do movimento gay

Se há um grupo rico em dar metralhadas nos próprios pés, este pode ser considerado boa parte do movimento gay. Hoje, em plena época de batalha entre progressistas e fundamentalistas, grupos do movimento homossexual organizam twitaço e ato público em plena Avenida Paulista contra o texto substitutivo ao PLC 122, que deve ser nomeado de Lei Alexandre Ivo, jovem que foi vítima fatal de homofobia aos 14 anos.

O texto que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) vai apresentar nesta quinta-feira (8) traz as condenações às empresas que não contratarem por motivos de identidade de gênero e orientação sexual. A pena será de um a três anos de cadeia. A lei também prevê prisão para aqueles estabelecimentos que não permitirem a entrada de pessoas homossexuais ou transgêneros, púbicos ou privados.

Ao contrário do que gritam por aí, a homofobia será sim criminalizada. Pois, todos os crimes que forem induzidos por motivos homofóbicos, além da pena prevista já em lei, terão mais três anos acrescidos. Ou seja, além do crime contra a pessoa humana, o sujeito também vai responder por homofobia. Logo, a homofobia será  crime.

Por fim, a quem interessa fazer campanha pública contra o texto substitutivo ao PLC 122? Interessa a bancada da Família e dos fundamentalistas do Congresso Nacional, que com certeza vão adorar quando abrirem os jornais e lerem o enunciado: "Movimento gay realiza ato contra lei da homofobia". Gargalhada é pouco, vão transformar tal fato em viral e mostrar o quão coerente é o movimento gay deste país.

No começo da legislatura deste ano a senadora Marta Suplicy conseguiu em menos de uma semana reunir todas as assinaturas necessárias para desarquivar o PLC 122, caso contrário, o projeto seria engavetado. Marta tomou para si a luta, se sensibilizou com a história de Alexandre Ivo, acatou a ideia de parte do movimento gay ao dar o nome de Alexandre a Lei e com isso, transformar um crime bárbaro em símbolo do que é a homofobia de fato.

Até mesmo a família de Alexandre Ivo, ciente dos limites da lei, declarou apoio à senadora…

Além disso, é sabido que a maioria dos parlamentares foge do assunto gay, pois, alegam que tal tema tira votos. Hoje no Senado temos uma única parlamentar que está dando a cara a tapa e como resposta, recebe o repúdio do movimento gay, que numa estratégia equivocada fortalece, ironicamente, a bancada dos fundamentalistas e obscurantistas. Se o projeto for enterrado, tal conta deve ser debitada nestes grupos.

Diferentemente de todos os pré-candidatos a Prefeitura de São Paulo, a então pré-candidata foi a única a declarar em entrevistas que dois motivos a levaram para a política: a luta feminista e a luta contra a opressão dos homossexuais. Todos os outros candidatos escondem a agenda gay e só tratam do tema em voz baixa e numa sala bem escura.

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