Durante reunião realizada nesta quarta-feira (14) na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou que livros didáticos não irão resolver no combate à homofobia.
"As crianças vão para casa humilhadas devido à homofobia. Nós precisamos fazer uma pesquisa sobre como construir um diálogo de respeito à diversidade. Lançar um material didático não vai resolver", disse Mercadante em resposta ao deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ).
Para Wyllys, "não se trata de 'ensinar diversidade sexual nas escolas', mas de reconhecê-la nas políticas públicas de educação". O deputado afirmou em sua página no Twitter que marcará um reunião com o ministro para discutir sobre o assunto.
"Dentro das minhas funções de parlamentar, estou disposto a ajudar o ministro a pensar soluções o mais rápido possível em nome da vida. Marcarei audiência com o ministro para tratarmos especificamente do tema e pensarmos nas soluções com a ajuda do movimento social", escreveu.
A polêmica em torno do material didático sobre homofobia, voltado para os estudantes do ensino médio da rede pública, surgiu em maio de 2011, quando a presidente Dilma Rousseff vetou o chamado "Kit Anti-Homofobia", que já estava encaminhado para analise no MEC (Ministério da Educação).
Na ocasião, a presidente declarou "que o governo não iria permitir que nenhum órgão faça propaganda de opções sexuais [sic]". O "Kit Anti-Homofobia" consistia em três vídeos acompanhados de apostilas elaboradas durante seminários com profissionais de educação.
A presidente Dilma Rousseff chegou a dizer que assistiu apenas a um vídeo, divulgado por jornalistas. Desde sua suspensão, o "Kit Anti-Homofobia" não voltou a ser discutido nem reformulado.