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Medo de quê?

Engraçada e até mesmo contraditória a visão que algumas empresas têm do segmento GLS. Acabei de ler o blog do nosso colunista e amigo Sérgio Ripardo e fiquei triste com os argumentos que as seguintes empresas utilizaram para recusar a citação no ótimo “Guia GLS São Paulo” escrito por ele, recém-lançado pela PubliFolha:

“Eu não gostaria que o endereço e o nome do hotel entrasse no guia GLS. Os hóspedes do Formule 1 são em sua maioria homens executivos (com exceção do feriado de Corpus Christi) e por isso não quero que o nome da unidade esteja vinculado a GLS, pois os clientes podem confundir ou mesmo ter um certo preconceito”

Juliana N. Consoline, da Voice Comunicação Institucional, assessoria do hotel Formule 1 da av. São Paulo

“No momento não estamos interessados em divulgar nossas lojas, inclusive as 24h nesse tipo de “mídia” (guias), mesmo que gratuito. Para este e para o próximo ano, temos um projeto de “marketing” em andamento e queremos executá-lo na íntegra. Agradeço mais uma vez seu e-mail. Certo de sua compreensão”

Laury Roman, diretor da Ofner

Agora, me diz: Formule 1 e Ofner não têm clientes gays? Acredito que as empresas deveriam ter vergonha de dar tão descabidos e estapafúrdios argumentos. Quem folhear as edições das revistas DOM e Junior deste mês vai encontrar anúncios de grandes marcas, como Vivo, Bacardi, Samsung, Diesel, Calvin Klein etc, etc. Medo de que, hein? De ligar sua imagem a dos gays?

Pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que há 18 milhões de gays no Brasil. Diversos estudos já destacaram que a maior parte desse segmento da população pertence às classes A e B (83%), tem curso superior (57%) e gasta 30% a mais que o público heterossexual. As empresas deveriam ter medo de ganhar menos dinheiro, isso sim.

Quando vamos mudar esse pensamento mesquinho de que ligar uma determinada marca aos gays prejudica a imagem corporativa? Aliás, muito pelo contrário. Assim como se fala tanto em sustentabilidade e as empresas fazem questão de unir sua imagem a ações em favor do meio ambiente, elas também deveriam pensar que incentivar o respeito à diversidade é tão moderno, correto e lucrativo quanto cuidar do futuro do planeta.

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