Apoio internacional ao evento marca resistência contra a repressão na Hungria
Em uma demonstração poderosa de solidariedade, pelo menos 70 membros do Parlamento Europeu planejam participar do Orgulho LGBTQ+ em Budapeste, que ocorrerá no final de junho. Apesar da proibição imposta pelas autoridades húngaras, os deputados reafirmam seu compromisso em apoiar a comunidade LGBTIQ+ no país, mostrando que a luta por direitos não será silenciada.
Protestando contra a repressão
A participação dos parlamentares é coordenada pela intergrupo do Parlamento Europeu, um fórum informal que defende os direitos LGBTQIA+. Kim van Sparrentak, uma das porta-vozes do grupo e deputada do partido Greens/European Free Alliance, ressaltou que sua presença visa apoiar a comunidade LGBTIQ+ na Hungria e enviar uma mensagem clara: eles não estão sozinhos.
“O Orgulho é uma forma de protesto. Se Orbán pode banir o Orgulho de Budapeste sem consequências, então cada evento de Orgulho está a um passo de ser proibido”, declarou Kim, enfatizando a importância da luta coletiva.
Solidariedade em tempos difíceis
Mark Angel, co-presidente da intergrupo, também confirmou a sua participação. Ele destacou a necessidade de proteger o direito à reunião pacífica, um princípio fundamental da Europa. A situação da sociedade civil na Hungria tem se tornado cada vez mais precária, e a presença dos eurodeputados será um ato de resistência contra a deterioração dos direitos humanos.
No dia 27 de maio, representantes de 20 países da União Europeia assinaram uma carta pedindo que a Hungria reconsiderasse sua legislação “anti-LGBTIQ+”. Essa ação é uma resposta direta às recentes mudanças nas leis húngaras que ameaçam a liberdade de expressão e o direito à privacidade.
Legislação preocupante e protestos
A carta, que expressa a preocupação com o uso de tecnologia de reconhecimento facial para identificar participantes de eventos proibidos, reafirma que o respeito e a proteção dos direitos humanos são essenciais para a construção de uma Europa unida. “Isso é nosso dever compartilhado”, enfatiza o documento.
Recentemente, o parlamento húngaro aprovou uma legislação que proíbe eventos de orgulho e permite que as autoridades utilizem tecnologias de vigilância para monitorar e identificar os participantes. Para o dia 28 de junho, os organizadores do Orgulho de Budapeste estão convocando aliados internacionais e ativistas a se unirem em apoio à comunidade LGBTQ+ na capital húngara.
O clima de repressão se intensificou após a aprovação da lei em 18 de março, quando opositores tentaram interromper a votação, mas sem sucesso. Isso resultou na exclusão de seis deputados do parlamento e na aplicação de uma multa recorde ao líder do partido Momentum Movement.
Uma luta contínua
Na mesma data, uma manifestação contra a proibição dos eventos de orgulho ocorreu em Budapeste, refletindo a crescente insatisfação com o governo. A aprovação da lei foi seguida por uma enxurrada de críticas de organizações de direitos humanos, que veem a medida como um ataque frontal à liberdade de reunião.
Com a presença dos membros do Parlamento Europeu, o Orgulho de Budapeste deste ano não será apenas uma celebração, mas um ato de resistência e um lembrete de que a luta pelos direitos LGBTQIA+ continua, não importa quão desafiadora seja a situação.