Monumento forma baccheta mágica para homenagear vítimas LGBTQIA+ e fortalecer luta contra o apagamento histórico
Em Paris, a luta e a memória LGBTQIA+ ganharam uma nova expressão simbólica com a inauguração de um memorial chamado Ai dimenticati (Aos esquecidos), uma homenagem às vítimas LGBTQIA+ ao longo da história. A obra, idealizada pela prefeitura da cidade e apresentada pela prefeita Anne Hidalgo, se destaca por sua forma singular: uma enorme baccheta mágica em forma de estrela, cravada no chão, pesando três toneladas.
Este símbolo, muito presente nas paradas do orgulho LGBTQIA+, representa essa tal ‘magia’ da transformação e da identidade, tão celebrada por pessoas trans e queer ao redor do mundo. A baccheta mágica é um ícone visual que traduz a resistência e a afirmação identitária, um convite ao reconhecimento e à valorização das histórias frequentemente invisibilizadas ou negadas.
Uma memória para não esquecer e um futuro para proteger
A prefeita Anne Hidalgo ressaltou a importância desse memorial para Paris e para o mundo. Segundo ela, a história serve para preparar o futuro, evitando os erros do passado e promovendo o respeito à diversidade. “Reconhecer os acontecimentos é garantir que eles não se repitam”, afirmou. Ela alertou, ainda, para as forças contrárias que tentam negar a existência e a legitimidade das pessoas LGBTQIA+, ressaltando que o monumento é um símbolo de resistência e luta contra toda forma de negação e banalização.
O memorial traz uma placa explicativa que detalha seu significado: a baccheta, além de mágica, é um lembrete da memória esquecida, emergindo da terra para nos chamar a lembrar. Seu design dual, com um lado em aço inoxidável preto e o outro espelhado, evoca tanto os momentos sombrios da história quanto a esperança e a luz. A sombra projetada pela instalação pode ser interpretada como um refúgio, mas também como um alerta para que a história não se repita.
Memoriais LGBTQIA+ pelo mundo: a luta que se torna épica
Este é apenas um dos muitos memoriais LGBTQIA+ espalhados pelo globo, que transformam a experiência queer em uma narrativa épica de vitórias, perdas, heróis e vítimas. Na Itália, por exemplo, cidades como Bolonha, Roma, Trieste e Nápoles já possuem seus próprios monumentos, cada um contando histórias de resistência e lembrança.
Esses espaços são essenciais para que o omosessualismo e o transessualismo sejam reconhecidos não apenas como orientações ou identidades, mas como movimentos históricos, sociais e culturais com profundas implicações humanas e políticas. Eles colocam as vidas LGBTQIA+ no centro da narrativa coletiva, comparando suas lutas às de outros grupos oprimidos na história, como pessoas negras escravizadas ou soldados vítimas de conflitos.
O memorial de Paris, com sua baccheta mágica, não é apenas uma obra de arte: é um manifesto. Um convite para que todas as pessoas, especialmente as LGBTQIA+, se apropriem de suas histórias e fortaleçam suas vozes. Afinal, lembrar é um ato de resistência, um passo necessário para construir um futuro mais justo e inclusivo.