A luta pela defesa dos direitos da população LGBTQIA+ na Região Norte do Brasil é marcada por histórias de coragem e resistência, como as de Adamor Guedes e Ursula Maravilhosa. Adamor, presidente da Associação Amazonense de Gays, Lésbicas e Travestis, dedicou sua vida a combater a violência e a discriminação em Manaus, especialmente em um período onde os crimes de ódio eram frequentes. Tragicamente, sua vida foi ceifada em 2005, em circunstâncias que nunca foram totalmente esclarecidas, destacando a necessidade urgente de justiça e visibilidade para as vítimas de violência contra a comunidade LGBTQIA+.
Ursula Maravilhosa, uma transgênero negra de Porto Velho, ganhou notoriedade em 2019 ao ser fotografada desfilando em uma avenida, tendo sua imagem compartilhada pela famosa drag queen RuPaul. Apesar do reconhecimento, Ursula enfrentou desafios imensos, incluindo a falta de moradia, e sucumbiu à COVID-19 em 2021, aos 24 anos. Essas histórias foram incluídas na pesquisa “Panorama das Violências e Violações Contra a População LGBTQIA+ na Região Norte do Brasil”, realizada pela professora Lauri Miranda Silva, que enfatiza a importância de lembrar e honrar as memórias de quem lutou por dignidade e direitos.
O trabalho de pesquisa foi apresentado em uma audiência pública em Belém (PA), que fez parte do Grupo de Trabalho Interministerial Memória e Verdade LGBTQIA+, criado para abordar as violações de direitos humanos contra essa população ao longo da história brasileira. O grupo identificou a falta de delegacias especializadas no combate à LGBTQIA+fobia e a ausência de profissionais capacitados para atender a essa população, evidenciando a necessidade de ações efetivas para garantir o direito à vida, à saúde e à moradia.
O presidente do Grupo de Trabalho, Renan Quinalha, ressaltou a importância de trazer à tona memórias que foram silenciadas e invisibilizadas, afirmando que a valorização dessas histórias é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. O relatório final da pesquisa será lançado no Dia de Enfrentamento à Violência contra as Pessoas LGBTQIA+, 17 de maio, e representará um passo significativo na luta por reconhecimento e direitos humanos para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Com as atividades do grupo prorrogadas, a esperança é que mais vozes sejam ouvidas e que a valorização da memória contribua para um futuro mais igualitário.
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