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Menos de 1% dos gastos mundiais com Aids são destinados à prevenção de homens gays

Dados da Unaids (Órgão das Nações Unidas para AIDS ) de 2006, mostram que menos de 1% dos 669 milhões de dólares gastos no combate ao vírus HIV no mundo é destinado a homens que fazem sexo com homens.

Indagado sobre o assunto, o diretor executivo da Sociedade Internacional de Aids, Craig McClure, afirmou que "é muito difícil prestar serviços aos homens gays nos países que não reconhecem a prática do sexo homossexual."

Aliado ao aumento das taxas de homens gays e bissexuais infectados pelo HIV, o valor insignificante dos gastos torna-se preocupante. Por conta disso, peritos destacaram a homofobia como a principal barreira contra a prevenção da Aids.

Na semana passada, durante a Conferência Internacional de Aids, no México, o secretário geral da ONU (Organização das Nacões Unidas), Ban Ki-moon, aconselhou as nações a aprovar leis contra a homofobia. Segundo ele, só assim a disseminação do HIV diminuiria.

"As escolas devem ensinar respeito e compreensão. Os líderes religiosos devem pregar a tolerância. Os meios de comunicação social devem condenar o preconceito e usar a sua influência para fazer avançar a mudança social, de assegurar proteções legais para garantir o acesso aos cuidados de saúde," afirmou.

Em entrevista, a chefe de Política Empresarial e Relações Públicas em Terrence Higgins Trust (THT), Lisa Power, disse que o foco da conferência foi o problema do estigma da Aids associado aos homens gays e bissexuais e pessoas soropositivas. "Basicamente, até que se pare de perseguir essas pessoas, você não conseguirá impedir a propagação do HIV".

O Limbo

Steve Jones