Dados mundiais divulgadas pela Organização das Nações Unidas mostram que os homens têm menos probabilidades de ter acesso ao tratamento da Aids e mais risco de morrer com doenças relacionadas ao HIV, já que menos da metade dos portadores do vírus estão sendo tratados adequadamente com antirretrovirais. O relatório indica que, em média, a cobertura do tratamento entre homens de 15 anos ou mais foi de 47% em 2016 em todo o mundo. O índice chega a 60% entre as mulheres. A lacuna entre homens e mulheres é maior na África Central e Ocidental, onde apenas 25% dos homens com HIV recebem tratamento antirretroviral contra 44% das mulheres, embora existam diferenças importantes em outras regiões do mundo. Globalmente, 36,7 milhões pessoas são portadoras do HIV, mas apenas 20,9 milhões têm acesso ao tratamento contra o vírus. Ainda assim, o número de pessoas que se tratam é quatro vezes maior do que em 2000. Na América Latina, que inclui o Brasil, no entanto, a tendência não se repete: 58% dos homens já fazem o uso dos medicamentos necessários para combater o vírus. Entre as mulheres, o índice é de 59%. Os dados foram revelados pelo relatório “Blind Spot” (Ponto Cego) publicado nesta quinta-feira (01/12) pelo Programa Conjunto da ONU sobre o HIV/Aids (Unaids) por causa do Dia Mundial da Luta contra a Aids, que foca neste ano no acesso ao tratamento por parte de homens e crianças.