in

Mi Buenos Aires Querido

Comecei minhas férias em Buenos Aires onde fiquei uma semana. Já estive muitas vezes na cidade, em épocas e circunstâncias diferentes, mas como diz alguns guias de viagem, Buenos Aires sempre vai surpreender, sempre terá novos lugares para conhecer, uns que ainda não foram visitados e novidades.

Quando você vai muitas vezes a uma cidade e depois volta para uma temporada grande é possível conhecer outro ângulo , porque para conhecer só o básico dos pontos turísticos uma semana é muito tempo, em três dias já deu para dizer que você ‘conhece a cidade’. Caminito, 9 de Julio, Recoleta, Casa Rosada, Plaza de Mayo.

A diferença da viagem começou na hospedagem. Abri mão dos convencionais hotéis e resolvi ‘aquilar’ um apartamento. Busquei através de um site e assumi o risco de chegar lá –  e os US$ 70 de reserva – o lugar ser ruim ou mesmo não existir. Fiz muitos contatos com a empresa, inclusive com atendimento aqui no Brasil e deu certo.

Quando cheguei pude ter certeza que fiz a escolha certa. A localização era muito boa, eu já conhecia, o apartamento uma graça e tinha tudo que eu precisava, incluindo aí uma conexão de internet excelente que não deu nenhum problema, além de televisão a cabo, telefone com ligações locais livres e aquecimento do ambiente, que nem precisou muito.

Mas nesta estada em Buenos Aires um dos lugares mais bacanas que conheci foi o Paseo Plaza. Uma entradinha na Corrientes, 1660 – a avenida dos enormes teatros – e você vai cai em uma galeria com diversos restaurantes charmosos, teatros pequeninos e com atrações bastante diversificadas – incluindo um show de drag Queen com direito a pergunta se conhecíamos a famosa Sauna 269.

O lugar vale a pena ir pelo menos duas noites, se a estada na cidade for de pelo menos cinco dias. Lá será possível variar a cozinha (italiana, espanhola, argentina), beber bons vinhos a preços irrisórios, champanhes também, além de ter um povo bonito e bastante receptivo.

O Teatro Colón é um espetáculo a parte. Eu nunca tinha tido grandes vontades de conhecer, mas desde a última vez que estive na cidade, em 2008, e ele estava reformando eu tive curiosidade. A atração seria um espetáculo de balé e confesso que imaginei que seria chato, mas a idéia era conhecer o espaço por dentro.

Era uma terça-feira, só a aristocracia (rs) porteña e seus motoristas e longos. Alguns brasileiros também, o feriado da Independência inundou as ruas por lá. Na minha frente, na fila de retirar os ingressos comprados pela internet, a jornalista Lilian Wite Fibe com um longo escandaloso. E preciso dizer que amei o espetáculo. Os bailarinos eram lindos, mas o que mais chamou minha atenção foi de fato as coreografias, apresentadas em três atos. Além da indescritível beleza do teatro por dentro. Gigante!

Não sou muito fã de cemitérios e de assuntos relacionados à pós-morte. Confesso até que depois fico pensando no assunto e demoro para dormir, mas como estava com um amigo e apresentando a cidade para ele, fomos até o mausoléu onde encontra-se o corpo de Eva Perón.

Na hora de procurar o lugar eu estava morrendo de medo, queria desistir. Mas foi bastar seguir o fluxo de pessoas e encontrar o lugar que é recorde de visitação em toda a Argentina – segundo dados do turismo cemiterial, que eu nem sabia que existia esse termo. Está longe de ser o mais bonito, mas é bem cuidado e estava com bastate flores, valeu a visita.

Um charme também foi conhecer a cidade de Colônia Del Sacramiento, no Uruguay. Ela fica a apenas 50 kilometros de Buenos Aires, pelo Rio de La Plata. O trajeto é feito em um simpático busque, que leva de 1h a 3h para fazer a travessia, dependendo do barco.

A cidade é bucólica, parece até uma cidade cenográfica da Rede Globo, mas guarda muita história importante sobre a construção tanto do Uruguay como da Argentina e pela proximidade acaba sendo quintal uma da outra. O fluxo de passageiros é grande e nos finais de semana os restaurantes ficam cheios. A comida é boa, mas em alguns deles um tanto caro. R$ 10 em uma coca eu achei um absurdo, mas uma boa parilla por R$ 25 por pessoa mostra a discrepância.

Com o guia turístico, visitamos igrejas, um espaço onde aconteciam toradas (foto) e também construções que, segundo eles, são da época da colonização, que tem influências principalmente inglesas e portuguesas. Muitos ainda cultivam o tradicional Chá das Cinco.

Essa foi a minha ida menos gay a Buenos Aires, quero dizer que visitei muito menos o gueto do que de costume, mesmo porque a noite porteña não muda muito e para quem tem São Paulo todos os fins de semana, dificilmente há diversão melhor, mas só tenho uma certeza sobre a capital argentina: preciso voltar o quanto antes, quiçá para uma estadia longa.

Dois jogadores de futebol são flagrados se beijando

Festival atrai centenas de mulheres à ilha de Lesbos