Nesta segunda-feira, 2/10, descobrimos os nomes dos nossos representantes no Congresso, eleitos democraticamente, para os próximos quatro anos de governo. Nomes exóticos como os de Frank Aguiar (PTB – SP), Clodovil (PTC – SP) e Wagner Montes (PDT – RJ), substituíram nomes de importância política e estratégica para o movimento gay brasileiro, como Luciano Zica, Iara Bernardi e Carlos Neder, que atuam fortemente na Frente Parlamentar pela Liberdade Sexual. Segundo o militante paulista Beto de Jesus, a atual situação política o deixou “abobalhado e perplexo” ao ver que nomes como Iara Bernardi, Zica, Renato Simoes, Italo Cardoso, Soninha, Tiaozinho, Carlos Neder, não foram eleitos. “Precisamos parar e repensar nossas práticas. Precisamos descobrir porque os GLBTs se punem dessa forma, transformando suas vidas mais difíceis ao não entenderem que para aprovar leis que os beneficiam, necessitam de pessoas como essas que não foram eleitas. Quem mais perdeu nessas eleições com certeza absoluta foram os GLBTs que perderam 60 deputados/as que os defendiam na câmara dos deputados”, comentou. Beto ainda completou que foram jogados no lixo quatros anos de duro trabalho. “Teremos que refazer um caminho de quatro anos, para amealhar integrantes para a Frente Parlamentar. Estou muito triste com o que aconteceu, regredimos absurdamente”, finalizou o ativista. Opinião parecida é divida pelo militante Marcelo Cerqueira, do GGB, que não acredita que o fato deles serem defensores das causas GLBTs tenha atrapalhado no processo de reeleição, mas sim no fato dos GLBTs não votarem corretamente. “Essa bichas precisam acordar. Esse viados têm que acordar para a realidade cruel que vivemos”, destacou o militante. Seu companheiro de militância, Oswaldo Braga, presidente do Movimento Gay de Minas, não acredita que o novo cenário político seja tão pessimista. “Se perdemos alguns na Frente Parlamentar, outros estão chegando. O balanço final pode nos ser favorável, e com certeza será uma vez que é o novo quadro do Congresso que delineará as nossas estratégias de advocacy e luta a partir de agora”, afirmou o militante. Ainda segundo o presidente da ONG de Minas, o cenário político não deve influenciar o movimento gay brasileiro, cujas “conquistas independem do legislativo”. Para ele, “em 16 anos de constituição não tivemos nenhuma lei aprovada a nosso favor. A união civil espera empoeirada nas prateleiras do Congresso desde 1995. Nossas conquistas maiores são no Executivo e no Judiciário, esse último com uma surpreendente preocupação de modernização”, completou o presidente da ONG, que mostrou preocupação com a possibilidade da direita se reeleger. Um ponto é defendido pelos três: A necessidade dos gays analisarem melhor seu poder de voto.