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“Minha luta agora é para que Bolsonaro não seja reeleito”, diz Preta Gil

Dois fatos deram a tônica da abertura do VIII Seminário LGBT: Quem ama tem o direito de se casar. Pela aprovação da PEC do casamento civil", que teve início na manhã de hoje na Câmara dos Deputados: a aprovação por unanimidade das uniões estáveis pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, claro, as ações homofóbicas encabeçadas pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ).

À reportagem de A Capa, a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que foi aplaudida de pé ao entrar no auditório Nereu Ramos, declarou que não "vale a pena bater boca com este senhor (Bolsonaro)". Suplicy disse também que é "perda de tempo" ficar brigando com os parlamentares, porque, segundo a senadora, "eles (contrários a projetos LGBT) hoje são uma minoria".

Por fim, Suplicy disse que é preciso articular forças para negociar a aprovação da criminalização da homofobia, que ela acredita ser "mais fácil" que a união civil entre as pessoas do mesmo sexo. Para a senadora, "esta é a hora de se conquistar os direitos homossexuais".

Jean Wyllys (PSOL-RJ), responsável por fazer a abertura do seminário, declarou que "os parlamentares já estão conseguindo entender a diferença entre casamento civil e religioso" e que, por conta disso, está confiante na aprovação do PEC (Projeto de Emenda Constitucional) da união civil gay. Após Wyllys, quem falou foi a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS).

Manuela iniciou sua fala saudando a luta da senadora Marta Suplicy. "Fico tentando imaginar o que uma mulher passou, há 15 anos, ao apresentar um projeto de lei voltado para homossexuais. Não deve ter sido fácil", comentou.

Em seu pronunciamento, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Toni Reis, brincou com o fato de seu companheiro, David Harrid, ser inglês. "Quero chamar aqui o meu príncipe inglês para ler o manifesto da Marcha Nacional Contra a Homofobia", brincou Reis. O público pediu para que o casal se beijasse, mas o ativista disse que eles estavam em um "ambiente muito sério".

"Sou negra e bissexual"
Ao lado da senadora Marta Suplicy, a cantora Preta Gil contou que é filha de pais que foram perseguidos pela ditadura e que por conta disso sofreu bullying na escola. "Muita gente chegava em mim e dizia: ‘sabia que o seu pai foi expulso do país porque ele é um maconheiro?’".

A cantora relatou que, na época, não entendia, pois considerava seu pai uma "pessoa maravilhosa que todos amavam". Na sequência, Preta discursou sobre os ataques que sofreu do deputado Jair Bolsonaro. "Olha gente, não vale a pena dizer o nome deste senhor, temos que parar de dar publicidade. Mas quero dizer uma coisa: que a minha luta agora é impedir que este sujeito seja reeleito. Vou fazer campanha para isso. O Rio de Janeiro não merece", declarou a cantora.

Outro momento em que Preta arrancou aplausos e gritos da plateia foi quando disse que era "negra e bissexual". "Tenho um filho de 16 anos, o Francisco, para quem eu nunca escondi a minha bissexualidade, e isso não fez mal nenhum pra ele", disse Preta, para depois revelar que é "atacada" por todos os lados. "Sou negra, gordinha e bissexual, ou seja, eu recebo ataque de todos os lados", finalizou.

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