Edson Cordeiro está de volta ao Brasil com a turnê em comemoração aos 15 anos do "Disco Clubbing", lançado em 1998, um dos maiores sucessos do cantor.
Recentemente, o artista se apresentou no Rio de Janeiro, "lugar onde tudo começou", e sentiu o carinho do público que o acompanha há mais de 20 anos.
Em entrevista ao site A Capa, Edson Cordeiro fala sobre a carreira, o por quê prefere se manter discreto quanto a vida pessoal e comenta o cenário atual da comunidade gay brasileira, que vive perseguida por setores religiosos. Confira abaixo!
Recentemente você fez um show no Rio. Como foi a recepção do público?
Foi maravilhoso voltar ao lugar onde tudo começou. O Rio de Janeiro sempre foi muito carinhoso comigo. O show foi fantástico! Em breve estarei em turnê por todo o Brasil.
2014 está chegando e você completa 25 anos de carreira. De lá pra cá, qual o balanço que você faz dessa trajetória?
Só tenho o que agradecer! Minha trajetória tem sido só de conquistas.
Você mora na Alemanha há mais de 5 anos, sente falta do Brasil? Você também já se apresentou em muitos clubes por lá, qual a diferença mais gritante entre o público alemão e o brasileiro?
O público alemão, normalmente, assiste ao show. Já o brasileiro faz o show com você. Amo os dois. Quando estou na Alemanha sinto falta da família, amigos e fãs. E quando estou aqui sinto falta do meu marido, amigos e fãs. Tenho amor dos dois lados do atlântico.
Making of do novo clipe Car-Men Elektrica
Ainda gosta da noite, continua saindo muito?
Gosto do dia e da noite! Mas saio mais para jantar e conversar do que dançar. Prefiro fazer as pessoas dançarem do que dançar.
Você já participou de diversas paradas gays, tanto no Brasil como na Alemanha, em Berlim. O que você pensa sobre alguns artistas, assumidos, que não levantam bandeira e não participam de eventos à comunidade LGBT?
Se lutamos pela tolerância temos que ser tolerantes com aqueles que querem ficar quietos e não levantarem bandeiras. Não gosto do ativismo agressivo. Elegância é fundamental.
Recentemente o cantor Ney Matogrosso declarou que não sofreu homofobia porque nunca se escondeu. Você já sofreu algum tipo de discriminação por ser gay?
Já sofri muito bullying quando nem sabia direito sobre minha orientação sexual. E quando me assumi foi tudo mais fácil.
A cantora Daniela Mercury, que se assumiu lésbica, vive demonstrando o amor pela mulher, a jornalista Malu Verçosa, em shows, programas de TV… Você é mais reservado sobre a vida pessoal. Prefere não se expor muito com relação a isso?
Estou casado. Respeito a Daniela Mercury em sua opção de compartilhar com todos sua vida pessoal e acho importante. Mas concentro já muita energia compartilhando o que eu canto, prefiro reservar minha vida particular a quatro paredes. Falar de minha orientação sexual não implica falar de minha vida sexual.
Edson Cordeiro em Car-Men Elektrica
Ainda não conseguimos criminalizar a homofobia no Brasil. Por aqui estamos vivendo uma fase em que a religião manda na política. O que você acha de políticos, que atualmente, perseguem os homossexuais?
Fico feliz em saber que [o deputado federal] Jean Wyllys nos representa. E nós temos que participar como cidadãos que pagamos impostos e temos os mesmos direitos. Somos um país laico. E assim devemos prosseguir.
Você está em turnê comemorando 15 anos de sucesso do "Disco Clubbing", lançado em 1998. O que podemos esperar desse grande show?
Uma grande festa! Aqueles que curtiram podem matar saudades e quem não viveu este tempo não perca!