Os familiares do garoto Alexandre Ivo (foto), assassinado em São Gonçalo em 21 de junho, estiveram reunidos na sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira (07).
A mãe do jovem, Angélica, e seu primo, Marco Duarte, apresentaram detalhes do caso ao procurador-geral de Justiça do Rio, Carlos Antonio Navega, e também ao subprocurador dos Direitos Humanos, Leonardo Chagas. Estiveram também presentes à reunião o deputado federal eleito Jean Wyllys (PSOL), o estilista Carlos Tufvesson e a senadora Fátima Cleide (PT).
No encontro, Angélica e Marco reclamaram que Paulo Roberto Mello, promotor da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, reluta em dar conotação homofóbica ao crime. Marco Duarte explicou que um dos supostos assassinos de Alexandre Ivo, conhecido apenas como Alan, tem um histórico de intolerância.
O procurador-geral e o subprocurador se sensibilizaram com o caso e entenderam que a motivação do crime foi homofóbica. De acordo com os familiares de Alexandre Ivo, ainda há a hipótese de um quarto suspeito no crime, que pode ter sido o executor. Essa hipótese ainda está sendo investigada pela polícia.
Carlos Antonio Navega assumiu a culpa pelos erros de investigação, mas disse que isso é algo "constante" por parte da polícia técnica, devido a "falta de recursos". O procurador-geral refutou ainda a ideia de "homofobia institucional".
Angélica Ivo e Marco Duarte saíram do encontro para agendar reunião com o promotor de São Gonçalo e o subprocurador de Direitos Humanos Leonardo Chagas. A ideia é confrontar as polícias Militar e Civil e o Ministério Público, pois de acordo com Navega não há uma comunicação efetiva entre esses dois órgãos, o que estaria prejudicando o andamento das investigações.
Agora, o caso irá a júri popular, ainda sem data marcada. "Acreditamos na tese de homofobia", disse o procurador-geral.
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