As discussões para a incorporação da PreP (profilaxia pós-exposição), tratamento contínuo que previne a infecção pelo HIV, no Sistema Único de Saúde já teve uma passagem pela Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS].
+Alerta! Incidência do HIV entre homens de 20 a 24 anos cresce no Brasil
A incorporação parecia estar perto em julho deste ano, quando o Ministério da Saúde anunciou, durante a 21ª Conferência Internacional de aids, na África do Sul, a intenção de adotar o tratamento até o fim do ano ou no começo de 2017. No entanto, em outubro, o plenário da Conitec decidiu adiar seu parecer inicial sobre a possível incorporação do medicamento à política nacional de combate ao HIV.
“A incorporação não foi feita este ano, porque o remédio, além de tratamento, precisa ser registrado como método de prevenção. Isso requer uma mudança de bula que precisa da analise da ANVISA”, explicou a dra Adele Benzaken, diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, durante a apresentação dos novos dados de HIV/aids do país, de acordo com o Boletim Epidemiológico 2016, na manhã desta quarta-feira (30).
De acordo com a diretora, a ANVISA tem até o dia 21 de dezembro para se manifestar com relação a analise. Com isso, a Conitec vai apreciar a incorporação da PreP, durante a primeira reunião da Comissão em 2017, no dia 1 de fevereiro.
“Nós dependemos dessa reunião, pois o nosso Departamento já recomentou. Esperamos que no dia 1 de fevereiro ela seja aprovada. Assim, nós passaremos a distribuir para a população de maior risco”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
Inicialmente, serão dispensados 7 mil tratamentos, sendo eles para as populações de travestis, HSH (homens que fazem sexo com homens), profissionais do sexo e casais sorodiscordantes, segundo informações da dra Adele. “Enfatizamos que mesmo com o tratamento é preciso fazer uso do preservativo sempre”, finalizou a diretora.