O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Ayres Britto, recebeu na tarde de ontem (02/03) ativistas gays. Estiveram no encontro Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), o coordenador do programa Brasil Sem Homofobia, Paulo Biagi, o assessor da senadora Fátima Cleide, Ronaldo Pinto, e integrantes da Federação LGBT do Distrito Federal e Entorno.
No encontro, foi entregue ao ministro uma carta onde se pede apoio às demandas ligadas aos direitos da comunidade gay brasileira. Tal ação faz parte do projeto da ABGLT "Aliadas no Judiciário", assim como nas câmaras e assembleias legislativas do país, este projeto tem por objetivo angariar apoiadores à causa homossexual no âmbito do judiciário.
De Brasília, o presidente da ABGLT, Toni Reis, conversou com a reportagem do A Capa. Segundo ele, foi um encontro muito bom e o ministro se mostrou uma pessoa "muito inteligente, sensível a nossa causa e com a cabeça totalmente aberta". O ministro Carlos Ayres Britto disse a Toni Reis que a demanda LGBT é um "tema contemporâneo e não pode ser tratado e baseado em ideias obscurantistas", relatou o presidente da entidade à reportagem.
No documento, entregue ao ministro do STF, Carlos Ayrers Britto, contém um breve relato da ABGLT, suas associadas e as ditas demandas históricas do movimento LGBT brasileiro. Atentaram também para o preconceito sofrido por jovens gays nas escolas, a respeito das pesquisas da UNESCO e das Paradas do Rio e São Paulo, que apontam grande homofobia no seio da sociedade, entre outros temas. Frente a isso, Carlos Britto disse aos ativistas que é "favorável a luta gay e que o trabalho de vocês [militância] é importante e que é necessário que se articulem".
Ainda sobre o encontro, Toni Reis comemora o fato de o ministro do STF poder "sensibilizar colegas de trabalho". A respeito do quanto isso pode respaldar positivamente em conquistas à comunidade gay brasileira, Toni aponta para o fato de "nós termos um discurso que diz que todos nós somos iguais perante a constituição federal. Porém, quem vai dizer isso é o supremo". Por fim, o ativista disse que já esteve com vários políticos, mas que fazia tempo que um encontro não o animava tanto. "Estou empolgado", finalizou Toni Reis.
