Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Miss Brasil Gay 2008: Shows, mudanças, brilho e vaias marcam concurso

Algumas mudanças marcaram a 32ª edição do concurso Miss Brasil Gay. O evento migrou do Clube Tupynambas ao Cine Theatro Central. O preço dos ingressos também aumentou. Mas, apesar das características dessa nova fase, a tradição, com a qual sagrou-se o mais importante concurso gay do país, não se perdeu.

Muitas pessoas marcaram presença na porta do teatro na noite de sábado (16/08) que coroou a Miss Pernambuco, Lizandra Brunelly, como a Miss Brasil Gay 2008. O povo ficava ao lado do tapete vermelho. Muitos pediam autógrafos, fotografavam. Mulheres invejavam os corpos das transexuais e travestis que por lá passavam. Os comentários eram respeitosos, muitos gritavam “Lindas, poderosas”, elogiavam bastante. A diversidade ali era entendida e aceita. Isabelita dos Patins, por exemplo, foi ovacionada pela multidão

Dentro e fora do teatro o clima era de celebração. A impressão que dava era que ali aconteceria a entrega do Oscar. A apresentação ficou por conta de Silvetty Montilla e Alexandre Silveira.

Brilho

Strass e swaroswskis. Essas foram as palavras mais ouvidas da noite. Todos os vestidos, de todas as candidatas, continham essas peças. Isso sem falar em purpurinas, lantejoulas e todo tipo de material brilhante e cintilante possível e imaginável, que deram ao evento sua característica de brilho, muito brilho e glamour – tema dessa edição.

Ponto alto da noite foi a apresentação dos trajes típicos das candidatas. Destaque para Miss Mato Grosso, cuja roupa era uma homenagem ao clima do estado. Quando ficou de costas para a platéia um imenso sol apareceu. Outra que surpreendeu em seu figurino foi a Miss Pará. Ao puxar uma grande corda que levava em suas mãos, asas douradas se abriam em suas costas. Lindo. Miss São Paulo também agradou com sua roupa em homenagem a imigração japonesa.

Arte sacra

Embora não tenha levado prêmio, empolgou, e muito, a roupa da Miss Pernambuco, Lizandra Brunelly, a Miss Brasil Gay. Ela vestiu uma Nossa Senhora do Carmo, a padroeira do Estado. Uma criação do estilista Bruno Oliveira, que custou R$35 mil – sendo que só a escultura saiu por R$4 mil.

Divas e divas

E por falar em glamour e brilho, o Miss realizou uma homenagem às Divas. Os shows tiveram um clima de super-produção. Em suas quatro apresentações, Léo Áquilla mostrou a que veio e porque galga o título de maior transformista brasileiro. Seus shows não são para amadores. Qualidade técnica, perfeição, detalhes. Tudo isso pode ser dito para descrever o que se vê no palco. Sem falar nas surpresas e mudanças de figurinos, onde tudo, absolutamente tudo, se transforma. O resultado é que Léo foi aplaudida de pé.

Outra drag clássica que marcou presença no palco foi Kaká di Polly. A fofa apresentou uma opereta, em parceria com Leonardo Bandeira. Ambos arrasaram no figurino e performances. No final, Kaká fez ainda uma homenagem às vítimas de Aids. Um imenso laço vermelho desceu do teto no final da apresentação, surpreendendo a todos. “Minha intenção foi passar uma mensagem sem fazer panfletagem”, revela a drag.

Outros shows homenagearam Clara Nunes, Cher e espetáculos da Broadway, empolgando o público.

Uuuuuuh

Vaias também marcaram o concurso deste ano. A candidata Ava Simões, representante de Tocantins, foi aplaudidíssima ao receber o prêmio de Miss Simpatia. Até aí sem novidade. As vaias vieram depois de Silvetty e Alexandre anunciarem Ava como a vencedora do melhor traje típico. A reação das torcidas foi pior ainda quando a Miss recebeu o prêmio por melhor traje de noite. Os apresentadores chegaram a pedir respeito para a platéia. A candidata faturou ainda o segundo lugar na classificação do concurso, o que despertou comentários e desconfiança por parte de muitos dos presentes.

Sair da versão mobile