Miya Folick, a talentosa compositora de Los Angeles, lança seu terceiro álbum, “Erotica Veronica”, que explora de forma íntima e autocrítica as complexidades das relações e da identidade queer. Em um cenário onde é desafiador para pessoas queer expressarem sua identidade em relacionamentos heteronormativos, Folick aborda essa neuroses pessoalmente. Durante seu relacionamento com um homem cis, ela criou um trabalho que celebra suas facetas que não se manifestam com seu parceiro. O álbum, com uma sonoridade de rock suave e despojada, foi gravado ao vivo com uma variedade de músicos de Los Angeles, incluindo Meg Duffy e Greg Uhlmann, ambos conhecidos por suas colaborações com artistas queer e alternativos.
A música que dá nome ao álbum, “Erotica”, abre caminho para reflexões sobre flertes com mulheres na rua, enquanto em “La Da Da”, ela revela seus desejos sapphicos para seu namorado. Esses momentos de pura sinceridade capturam a essência da busca de Folick por uma expressão verdadeira de si mesma em um relacionamento que não a vê completamente. As letras provocativas e a produção direta trazem à tona sentimentos complexos e muitas vezes desconfortáveis.
As faixas do álbum exploram a luta interna de Folick, que se sente perdida em relacionamentos independentemente do gênero de quem está ao seu lado. Em “Hate Me”, ela confronta essa perda de identidade, buscando preservar quem realmente é. O álbum, embora frequentemente intrigante, não consegue manter a mesma intensidade em todas as faixas, mas ainda se destaca por sua capacidade de conectar-se emocionalmente com o ouvinte.
A produção minimamente elaborada serve para destacar as letras profundas e a vulnerabilidade de Folick, que se revela uma das melhores letristas do cenário indie rock contemporâneo. “Erotica Veronica” é um convite à reflexão sobre como as relações podem obscurecer quem somos, especialmente em um mundo onde a identidade queer ainda é frequentemente marginalizada. Com suas letras poéticas e uma abordagem honesta, Miya Folick reafirma sua presença no cenário musical, oferecendo um álbum significativo e ressonante para a comunidade queer e além.
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