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Modelo tradicional de família diminui segundo IBGE e abre espaço para a diversidade

A cada ano, encontrar uma família nos moldes tradicionais está cada vez mais difícil. É o que diz uma nova pesquisa do IBGE. O número desse tipo de arranjo familiar passou de 57,6% do total em 1995 para 50% agora. O IBGE não incluiu no questionário da pesquisa perguntas relativas à orientação sexual, no entanto, os números mostram que solteiros e outras formas de arranjo representam, pelo menos, 17% das famílias, ou seja, os gays podem formar uma parcela significativa das famílias. Apesar de o modelo “pai, mãe e filhos” ainda representar a maior parte dos lares brasileiros, solteiros (10,4%), casais sem filhos (15,2%), mães solteiras (18,3%) e outras formas de arranjo (6,3%) cresceram exponencialmente e já respondem pela outra metade das famílias. Os resultados dessa pesquisa mostram, em linhas gerais, que idéias ortodoxas estão caindo por terra, o que acaba abrindo espaço às novas formas de relacionamentos, o que deve trazer respaldo às causas gays e a aprovação de leis que garantem os direitos GLBT. Os números do IBGE são eloqüentes. A pressão de líderes religiosos e de conservadores sobre a sociedade e os políticos na questão do reconhecimento das relações homo afetivas e a preservação do modelo tradicional das famílias parece não estar surtindo efeito. A coragem dos gays em se assumir e a emancipação feminina devem, senão pôr fim, pelo menos tornar mais visíveis novos arranjos familiares e, consequentemente, sua aceitação na sociedade.

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