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Mordido pelo vampiro

Como é bom às vezes se desligar um pouco da dura rotina e assistir a um blockbuster. Tenho visto alguns clássicos do cinema para minha pesquisa no mestrado, muitos deles considerados "de arte" (denominação generalista, afinal, o cinema em si já é arte), mas de vez em quando me faz bem acompanhar os amigos em sessões descompromissadas.

E como não se fala em outra coisa, resolvi assistir à primeira parte da saga "Crepúsculo" há mais ou menos um mês. No fim de semana vi "Lua Nova" e achei a continuação bem mais interessante. Sempre gostei de histórias de vampiros porque de certa forma me atrai a ideia de viver eternamente, talvez porque nunca aceitei a realidade da morte.

Mas, voltando ao filme, a saga é escrita por uma mórmon de 30 e poucos anos que vive em um estado conservador dos EUA. O conceito de vampiro "bonzinho", quase humano, cheio de contradições, incomodou algumas pessoas, que chamaram a autora de "moralista". Ao mesmo tempo, "Crepúsculo" e suas continuações são uma espécie de rito de passagem para a vida adulta. Convenhamos, apesar de estarem no auge da vida sexual, nem todo adolescente se envolve em relações sexuais fortuitas e impulsivas.

Acredito que uma "espécime" rara de adolescente ainda tem como fantasia encontrar seu par ideal, atitude essa que é facilmente interpretada como romântica e desconexa da realidade dos jovens de hoje. Será? Uma menina ou um menino não podem mais apostar em uma relação monogâmica?

A primeira coisa que pensei quando vi as duas primeiras partes da saga foi: "Que fofo!". Além de ser lindo, o vampiro Edward (Robert Pattinson) é meigo e, quem diria, apaixonado por uma única garota. Ele também não sai mordendo o pescoço de qualquer uma, é superprotetor e ainda por cima sabe escolher o momento certo para ter um momento mais íntimo com sua "escolhida".

Por outro lado, o lobisomem Jacob (Taylor Lautner) é o contraponto de Edward: forte, viril e altamente sexualizado. Dá suas investidas na mocinha, mesmo sabendo que ela é apaixonada pelo vampiro.

É por isso que a saga é um fenômeno mundial: ela retrata a adolescência perdida e, ao mesmo tempo, evoca os desejos mais latentes dessa fase da vida. No final, o público se divide entre torcer por um beijo entre o vampiro e a adolescente romântica ou por cenas mais "quentes" da moça com o sexy lobisomem. A fórmula de sucesso é justamente essa: qualquer que seja sua fantasia, há opção para todos.

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Acabamos de fechar a edição 28 da revista A Capa, que começa a circular na semana que vem. Gostei de todas as matérias, mas o editorial de moda ficou simplesmente lindo. Ronaldo Gutierrez arrasou nas fotos e nossa equipe foi super profissional desde a escolha da locação ao casting e edição de moda. Foi uma delícia fazer essa edição e também um grande desafio, porque lidar com várias opiniões ao mesmo tempo não costuma ser nada fácil…

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