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Morre Elizabeth Taylor, uma das maiores estrelas de Hollywood e ativa militante das causas gays

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Morreu na manhã desta quarta-feira (23), em Los Angeles, a atriz Elizabeth Taylor, aos 79 anos. Nascida em Londres em 27 de fevereiro de 1932, Liz foi vítima de insuficiência cardíaca, depois de dois meses internada – e mais de dez anos enfrentando diversos problemas de saúde.

Liz Taylor começou a ganhar o Olimpo de Hollywood ainda na infância. Em 1944, aos 12 anos, consagrou-se como a jovem que se disfarça de menino – chegando a cortar os cabelos na linha "Joãozinho" e usar roupas masculinas – para vencer uma corrida de cavalos, no filme "A Mocidade é Assim".

Da noite para o dia Liz virou estrela mirim no cinema. Cresceu nas telas e virou uma mulher deslumbrante, ao estrelar o clássico "Um Lugar ao Sol", em 1951, aos 19 anos. No filme, formava par romântico com o atormentado galã Montgomery Clift – gay na vida real, e um dos amigos mais íntimos de Liz.

A amizade da atriz com homens gays foi uma constante em sua vida. Além de Clift – com quem contracenaria ainda nos filmes "A Árvore da Vida" (57) e "De Repente, no Último Verão" (59) -, ela também foi confidente de Rock Hudson e de James Dean – contracenou com ambos em "Assim Caminha a Humanidade" (55) -, e de Michael Jackson – com quem viveu uma amizade intensa nos anos 80, 90 e 2000.

Em "De Repente…" (1959), por sinal, adaptada da peça de Tennessee Williams – outro homem gay -, Liz interpretava a prima de Sebastian, personagem misterioso que foi morto em uma praia, linchado por tipos rústicos – o motivo da morte: Sebastian era gay. Liz atuou em diversos filmes ligados à questão gay. Além deste, ela brilhou em "Gata em Teto de Zinco Quente" (58), também adaptação de Williams, onde Paul Newman era um gay enrustido, casado com Liz, e os dois discutiam a relação. Newman, aliás, dedicou uma homenagem a Liz em 2007 – veja abaixo. E em "Os Pecados de Todos Nós" (67), a atriz interpretava a esposa de um militar (Marlon Brando) também gay enrustido, com direito a tendências SM.

Além das amizades com homens famosos, Liz colecionou também maridos. Foram oito no total: Conrad Hilton Jr. (tio-avô de Paris Hilton), Michael Wilding, Michael Todd, Eddie Fisher, Richard Burton (duas vezes), John Warner e Larry Fortensky. Nos últimos anos, ela tinha a companhia de Jason Winters, mas negou que tivesse se casado com ele, o que faria do moço seu nono marido.

Outra característica de Liz: as constantes brigas com a balança e com o vício químico. Desde meados dos anos 60, a outrora esbelta atriz passou a viver o efeito sanfona, engordando e emagrecendo sem parar. A dependência de álcool, drogas e remédios – antidepressivos e pílulas para emagrecer – marcaram as últimas quatro décadas na vida de Liz.

Nada disso, no entanto, conseguiu apagar o brilho e o carisma de Liz, que será para sempre lembrada como uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema – levou o Oscar duas vezes, por "Disque Butterfield 8" (60) e "Quem Tem Medo de Virginia Wolf" (66).

E além de tudo isso, ela também foi uma importante militante das causas gays. Em 1985, quando o amigo Rock Hudson morreu, vítima da Aids, a atriz iniciou uma campanha pelos portadores do vírus HIV. De lá para cá, participou de muitas iniciativas no ramo e nos últimos anos continuava investindo, organizando eventos para arrecadar milhões de dólares, revertidos para a pesquisa sobre a doença. Apoiava a associação criada por Elton John, que continua combatendo o HIV.

Confira a seguir alguns vídeos do YouTube que imortalizam o brilho inesquecível e o talento impressionante de uma estrela que desde já deixa saudades. Goodbye, Liz.

1. Tributo – "Those Magic Changes" – Coletânea de imagens ao som da música, tirada da trilha sonora do filme "Grease" – que não tem Liz.

2. Tributo – "When I Look in Your Eyes" – Mais uma coletânea, ao som do clássico cantado por Dammy Davis Jr.

3. Tributo de Paul Newman – O ator, morto em 2008, dedica um texto sobre Liz Taylor à antiga colega do filme "Gata em Teto de Zinco Quente".

4. "Quem tem Medo de Virginia Wolff?" – Trecho do filme de 1966 que deu a Liz seu segundo Oscar de Melhor Atriz.

5. Trailer de "Cleópatra" (1963) – Uma das maiores produções de Hollywood, e um fracasso absoluto de bilheteria. Mas Liz salva o show, no papel da Rainha do Egito, contracenando com seu galã da vida real, Richard Burton.

6. "Um Lugar Ao Sol" (1951) – Trecho do filme, onde Liz contracena com Montgomery Clift.

7. "Assim Caminha a Humanidade" (1955) – Liz contracena com James Dean, seu amigo na vida real, no último filme rodado pelo jovem astro.

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