Morreu em Paris Maria Schneider. A atriz francesa tinha quase 58 anos e sofria de câncer. Schneider marcou a década de 70 como uma estrela rebelde, explosiva e alternativa, tendo estrelado o clássico erótico "O Último Tango em Paris" em 1972 e se declarado bissexual em 1974.
Ela era uma desconhecida quando foi escalada pelo diretor italiano Bernardo Bertolucci para estrelar o filme ao lado do monstro sagrado Marlon Brando. Tinha apenas 20 anos e tornou-se famosa mundialmente com o filme, que causou furor com suas cenas eróticas, incluindo a famosa sequência da manteiga.
Schneider aparecia nua no filme em diversos momentos – ao contrário de Brando -, e a fita foi proibida em diversos países, incluindo, claro, o Brasil, que vivia o auge da truculenta ditadura militar.
Schneider também estrelou "O Passageiro – Profissão: Repórter", do também italiano Michelangelo Antonioni, ao lado de Jack Nicholson, em 1975. Em 76, ela abandonou o filme "Calígula", e se internou em um hospício, em Roma, acompanhada por uma mulher que ela dizia ser "sua amante".
Depois de viver os anos 70 loucamente – como quase todo mundo, na época -, nos anos 80 ela afirmou estar em fase mais tranquila. "Eu tive muita sorte. Perdi muitos amigos para as drogas, mas em 1980 encontrei alguém que me ajudou a parar", declarou ela na época. "Chamo essa pessoa de meu anjo, e estamos juntos desde então. Não digo se é um homem ou uma mulher. É meu jardim secreto. Gosto de manter esse mistério".