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Morte de homem gay revela falhas na polícia de Savannah

Comunidade LGBTQIA+ questiona falta de investigação de crime de ódio e apoio da polícia local
Morte de homem gay revela falhas na polícia de Savannah

Comunidade LGBTQIA+ questiona falta de investigação de crime de ódio e apoio da polícia local

A trágica morte de Chris Allen Villegas Fentress, um jovem voluntário de 29 anos do Savannah Pride Center, reacende um debate urgente sobre a segurança e o suporte da polícia de Savannah para a comunidade LGBTQIA+. Apesar da prisão rápida do suspeito, Johnathan Manson, a polícia local afirmou não haver evidências de crime de ódio no caso, o que tem provocado desconfiança e questionamentos entre ativistas e moradores queer da região.

O episódio ocorre em um cenário de crescente hostilidade contra pessoas LGBTQIA+ nos Estados Unidos, com dados recentes mostrando aumento nos ataques motivados por preconceito. Contudo, em Savannah, uma cidade historicamente vista como refúgio para a diversidade, há uma preocupante ausência de registros oficiais de crimes de ódio desde 1991, o que levanta dúvidas sobre a eficácia das práticas policiais.

Desmonte da ligação entre polícia e comunidade queer

Até 2022, a Savannah Police Department (SPD) mantinha um programa de ligação direta com a população LGBTQIA+, representado por um oficial que atuava como intermediário para garantir que denúncias de violência motivadas por preconceito fossem tratadas com a devida seriedade e empatia. Com a aposentadoria da oficial Tracy Walden, pioneira e a primeira policial abertamente gay da força, esse canal se perdeu. A ausência de um processo formal para a transição dessa função deixou a comunidade sem uma voz dedicada dentro da polícia, gerando sensação de abandono e insegurança.

Além disso, o PROUD Savannah task force, criado pelo prefeito Van Johnson para responder às demandas da comunidade LGBTQIA+, parece não ter se reunido presencialmente nos últimos anos. Integrantes da força-tarefa e líderes locais relatam falta de comunicação e de envolvimento com as autoridades, o que dificulta o diálogo e a construção de políticas efetivas de proteção.

Falta de transparência e dados comprometem segurança

Outro ponto crítico é a suspensão, desde 2021, do envio de dados criminais da SPD ao FBI, devido a problemas no sistema de registros. Antes disso, a ausência de relatos de crimes de ódio na cidade contrastava com dados de outras cidades da Geórgia, sugerindo subnotificação ou falhas na identificação desses crimes. A falta de treinamento adequado para os policiais em reconhecer e investigar casos motivados por preconceito é apontada como uma das causas desse cenário.

Testemunhas e amigos de Chris Allen Villegas Fentress relataram que o suspeito teria usado expressões homofóbicas pouco antes do crime, e a análise de suas redes sociais revelou publicações com linguagem anti-gay. Ainda assim, a investigação oficial não classificou o assassinato como crime de ódio, gerando revolta e uma sensação de injustiça na comunidade.

Apelo por mudança e valorização da comunidade LGBTQIA+

Líderes como o vereador Kurtis Purtee, também policial e abertamente gay, enfatizam a necessidade de revisitar e fortalecer as práticas policiais em Savannah para garantir que crimes contra pessoas LGBTQIA+ sejam devidamente identificados e combatidos. Eles defendem a criação de órgãos semelhantes à Comissão de Relações Humanas de Atlanta para fiscalizar casos de discriminação e promover o diálogo entre a comunidade e as autoridades.

O atual policial de ligação, Cpl. Miles Taylor, que se identifica com pronomes neutros, reconhece as dificuldades na transição e destaca a importância de estar disponível para orientar colegas em situações sensíveis, especialmente quando famílias e jovens enfrentam desafios relacionados à identidade de gênero ou orientação sexual.

Enquanto a cidade lamenta a perda de Villegas Fentress, o caso evidencia que, mesmo em locais considerados seguros, o trabalho para garantir direitos e proteção às pessoas LGBTQIA+ precisa ser constante, transparente e colaborativo. A luta por justiça e respeito segue viva, e a comunidade de Savannah clama por ações concretas que transformem dor em mudança.

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