As famosas – e ainda hoje um tanto mal vistas – pornochanchadas brasileiras continuam vivas na memória do país. Para quem não conhece, esse era o nome dado às comédias de cunho erótico, um tanto brejeiras, que foram campeãs de bilheteria no cinema nacional na década de 70 e início de 80.
Não eram filmes pornôs, pois não havia sexo explícito. Aparecia uma ou outra insinuação sexual, alguma nudez, e olhe lá. Já nos 80, os filmes explícitos invadiram a praia e dominaram o mercado. Até surgir a produção de vídeos pornôs, que lideraria de vez nos anos 90. Mas isso já é outra história.
Alguns diretores brasileiros acabaram migrando de uma fase à outra. É o caso de Fauzi Mansur, que dirigiu filmes de teor erótico nos anos 70 e se rendeu à produção mais explícita nos 80. E ele ganha agora uma retrospectiva na Galeria Olido.
Cinema da Boca: Fauzi Mansur é o nome da mostra, referindo-se à Boca do Lixo, região central de São Paulo onde os filmes eram produzidos na época. A mostra reúne clássicos dos anos 70, como "Sedução: Qualquer Coisa a Respeito do Amor" (74, foto, com Sandra Brea, Ney Latorraca e David Cardoso) e "O Mulherengo" (76, com Edwin Luisi e Nádia Lippi).
Mas também há espaço para filmes mais sexuais dos 80, como "Orgia das Taras" (80, com Matilde Mastrangi), "Sexo Profundo" (81) e "Sexo às Avessas" (82). E depois, os filmes obscuros que mesclavam sexo com roteiros aterrorizantes: "Atração Satânica" (89) e "Ritual da Morte" (90), entre outros.
Vale conferir um pedaço dessa produção, hoje considerada cult, por tudo que apresenta em termos de trash, kitsch e underground.
Serviço:
Cinema da Boca: Fauzi Mansur
Galeria Olido – Av. São João, 473 – Centro – SP
De 21 a 30 de Junho
R$1 / Programação no site