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Muito além do carnaval

Ai, gente… Olha o post saindo um pouco mais tarde hoje! Mas também, mona, ainda to torta… Ontem foi a festa de rainha da noite, Silvetty Montilla, e eu linda fui lá curtir uns bons drink e encontrar pessoas queridíssimas.
 
Estavam todas lá: Tchaka, Leona Top Flúor, Mikaela Pitt, Lisa Crazy, Sisi Girl, Ariadna Shine (versão menino), Gilmar Uber e o Antonio Faustino, Rick, Gilmara… Enfim, toda a noite gay, todas as pessoas belí… Todas as pessoas estavam lá. Foi babado, foi confusão, foi luxo… Mas meu amor, Silvetty merece.
 
E claro, como eu já imaginava, várias pessoas me perguntaram sobre o caso do Frei Caneca. Gente, fico passada com o poder da mídia. E claro, num arremate final, pretendo falar justamente sobre isso.
 
Quando iniciei minhas pesquisas para fazer o meu trabalho de iniciação científica, que acabou virando meu trabalho de conclusão de curso (me formei em história), entrei em contato com uma obra chamada "Além do Carnaval", do historiador americano James Green, que, aliás, sempre foi muito generoso comigo e tudo o que precisei dele sempre foi babadeiro comigo… Aliás, se você não conhece o livro, amore, corre na livraria e adquira, porque é babado mesmo.
 
Nesta obra, Jimmy (para os íntimos) conta sobre a homossexualidade no século XX no Brasil. É um trabalho rico em informações e fontes e que me ajudou muito em minhas pesquisas. Resumindo absurdamente o trabalho do moço, posso concluir que ele constata que, no Brasil, durante o carnaval tudo é permitido: homens (heterossexuais) travestidos, sexo totalmente descompromissado (atraque mesmo!!!)…

Enfim, tudo é tolerável durante o reinado de Momo, no entanto, no resto do ano, o mesmo cara que coloca o vestidinho da irmã, da esposa ou da mãe é o mesmo que passa de carro na Amaral Gurgel pra xoxar as travestis, é o mesmo cara que agride verbal e fisicamente um homossexual, é o mesmo cara que frequenta uma igreja e levanta uma bandeira contra os avanços de leis que deem cidadania aos LGBTs. Ou seja, no Brasil, a tal da "liberdade sexual" é quase uma utopia e, na verdade, vivemos sob uma ditadura da moral e dos bons costumes. E olha, meu bem, este regime conta com milhões de patrulheiros que querem regrar a sociedade num molde heterossexual limpinho!!! Meu edi, né mona??? A prova disso, meu amor, foi o fato de eu ter causado algum estranhamento em um segurança do shopping. Enfim…
 
A questão é que, como vi em um dos comentários sobre a notícia do meu babado no shopping, a sociedade brasileira – já que se sente obrigada a tolerar os homossexuais – que, pelo menos, seja o homossexual mais parecido possível com o heterossexual. A gay limpinha, "discreta" (este termo, pra mim, serve como sinônimo de enrustido). Veja os gays representados pela Rede Globo. As gays nem se pegam… Enquanto isso, os heterossexuais só faltam fazer um explícito na nossa cara! Mas é o que tem pro Brasil, como diz minha amiga Leona.
 
Enquanto isso, meu amor, uma drag Wonder Woman incomoda muita gente…
 
Tá dado o recado…
 
Beijo, beijo, beijo…

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