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Muito prazer, The Pleasureseeker

Guarde este nome: The Pleasureseeker. Ainda desconhecido no Brasil, o DJ e produtor norte-americano é a mais nova promessa do electrohouse experimental. Sua criatividade e seu jeito peculiar de cantar e se vestir já chamaram a atenção de produtores de Hollywood, que colocaram a esfuziante “I Like the Boys” na trilha sonora da série Nip/Tuck.

Em entrevista exclusiva ao Dykerama.com, The Pleasureseeker, 30, contou sobre seu inusitado início na música e também falou sobre o sucesso de seu hit em Nip/Tuck. Ainda aproveitou para dizer que adora o grupo curitibano Bonde do Rolê e confessar que é louco para conhecer o Brasil. Algum produtor se habilita a trazê-lo? Lugar para ficar ele já tem…

Como surgiu The Pleasureseeker?
Quase que por acidente. Um amigo tem um pequeno estúdio no quarto dele e eu brincava com o teclado para me divertir. Inventamos uma música e começou a surgir a letra, que se encaixaram muito bem. Em apenas 15 minutos, o primeiro single, “I Like the Boys”, surgiu. A idéia da música partiu do fato de me perguntarem por anos e anos se eu era gay. Ainda não entendo por que isso importa tanto. A música é ambígua e, de certa forma, se recusa a responder a pergunta. O que acontece quando você descobre minha sexualidade, você vai gostar mais de mim… ou não? Por que será que as pessoas não tentam me conhecer?

Pode me explicar por que você se auto-intitula “o buscador de prazer”?
Sempre fui aquele cara desprezado e ignorado nas festas. Gosto de me divertir. Foi aí que comecei a discotecar. O estilo tipo marinheiro combina comigo. E, quando toco, não gosto de ficar na cabine. Gosto de me jogar na multidão, dançar, pular nas mesas… enlouquecer. Sempre fui conhecido como DJ Pleasureseeker. Fazia sentido.

Seu primeiro single, “I Like the Boys”, é bem “gay”. Você acredita numa música “gay”? Como é formado seu público?
Tenho muito respeito por músicos e eu mesmo não me considero um. Existe uma tonelada de músicos na cena gay. No meu caso, eu gosto de música, e só. Acho que meu público, que parece vir de todas as tribos, curte ouvir minhas músicas e isso acontece principalmente porque elas grudam na cabeça, quer você goste delas ou não!

O single foi sucesso em Nip/Tuck. Como surgiu o convite para a música integrar a série?
Meu empresário me contou que a música integraria a série e eu não fazia a mínima idéia de como iriam usá-la. Quando vi a cena eu pensei: “Ah, meu Deus, a música foi feita para ela.” Combinou perfeitamente. Fiquei super animado com isso ao ver minha música numa cena tão inteligente e criativa. A cena sozinha ficou tão boa que a música no final nem foi percebida.

Você trabalha com alguém ou Pleasureseeker é um projeto solo?
Meu amigo Roger faz umas bases e me ajuda com as músicas em seu próprio quarto. Sempre ri disso porque continuo cantando “I Like the Boys” enquanto gravo. As paredes são finas e o vizinho dele, que fica puto com o barulho, aparece para dizer: “Ok, entendi, você curte garotos. Agora fique quieto.”

Quais são suas principais influências musicais?
Pop britânico e electro. Adoro Donaan, The Dandy Warhols, Simian Mobile Disco, Hot Chip, só para enumerar alguns. Eles não influenciam minha música, mas influenciam minha vida. Acho que a banda The Prairie Cartel foi a melhor coisa que surgiu desde pão-de-forma ou até mesmo a camisinha.

Quando acontece seu “lançamento” oficial?
Existem cinco músicas já prontas, em breve lanço um EP. O single está disponível no iTunes, mas logo termino as outras. O EP incluirá “I Like the Boys”, “I”m a Sexy Bitch”, “Viagra Junkie”, “Emenem is just a Snack” e “The Ferry Boat”.

Você costuma fazer performances em seus shows? Já deu entrevistas para programas de TV? Sua música já é tocada nas rádios?
Por enquanto gosto de me apresentar quando estou de bom humor. Normalmente por volta das 3h da manhã. Não sei me divertir de outra forma, mas tenho certeza que precisarei mudar isso logo. Vários DJs e rádios gostaram da minha música e têm sido grandes apoiadores do projeto.

Sua música me lembra um duo que eu amo, chamado Dangerous Muse. Conhece eles?
Eles são fantásticos. Minha música é mais descompromissada. Não tem nada de muito profissional. Acredite. Eles se baseiam em influências da década de 80 e fazem isso de uma forma muito legal. E adoro o nome da dupla também.

Quando você pretende se apresentar no Brasil?
Adoraria fazer um DJ set por aí e enlouquecer com o público. Os brasileiros são os mais lindos do planeta. Eu acho que eu não voltaria pra cá. Posso ficar na sua casa, Paco?

Você conhece algum artista brasileiro?
Adoro o Bonde do Rolê. E a Slag Records [gravadora do grupo curitibano] é simplesmente fantástica.

::Ouça alguns dos hits de The Pleasureseeker em sua página no MySpace.

Não é só papel de bala!

Clóvis Casemiro