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Mulher-bicha

Quem tem GNT não pode perder a entrevista de Preta Gil para Fernanda Young, que será reprisada nesta terça (22h), quarta (09h30) e sexta (10h).

Preta é a tradução mais perfeita da "mulher-bicha". Autêntica e extrovertida, ela não tem papas na língua. Conheci Preta nos bastidores do musical "Um Homem Chamado Lee", no qual ela interpretava uma travesti e que esteve em cartaz aqui em São Paulo em 2006.

Depois da estreia, Preta convidou amigos e jornalistas para uma festinha que rolou numa suíte presidencial do World Trade Center. Sem ao menos me conhecer (nunca fui íntimo de celebridades, até porque acho isso cafona), ela me recebeu super bem e fez me sentir muito à vontade. Parecia que éramos amigos há séculos!

Preta não disfarça o que pensa. É uma delícia ouvi-la comentar sobre fatos curiosos ou polêmicos – e é ainda mais gostoso vê-la usar gírias típicas do meio gay. Engraçado, me vejo um pouquinho nela, e vejo também que ela é a síntese do que todo mundo busca em si: a verdade sem máscaras.

Preta é baixinha, mas consegue ser um mulherão. No "Irritando Fernanda Young", ela falou sobre o fato de ter aparecido nua na capa de seu CD e confessou o que nenhuma outra personalidade teria coragem de confessar: "Se eu quisesse ser gostosa, eu seria. Era só parar de comer batata frita, tomar refrigerante e ir pra academia. Mas eu não quero. Eu prefiro outros prazeres da vida."

Sobre sua tão comentada bissexualidade, Preta não falou nada, mas deu suas indiretas. Disse que, quando criança, gostava da Mulher-Maravilha, mas que rasgava todas as fantasias, obrigando sua mãe a colocar velcros nas roupas. É claro que a palavra "velcro", na boca de Preta, ganhou outro significado. E levou a plateia às gargalhadas.

Divertida e espirituosa, Preta é a amiga que todo gay gostaria de ter. E que, de um jeito ou de outro, todo gay se espelha. Bem relacionada, inteligente e engraçada, onde quer que esteja Preta consegue ser o centro das atenções. Talvez seja por esse motivo que ela é tão perseguida pelos paparazzi e não tenha o espaço que mereceria ter: Preta é ela mesma, e não produto infame da mídia.


Preta no show "Noite Preta", na The Week do Rio. Em junho, ela se apresenta em São Paulo.

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