Um casal de mulheres ciganas se casou no último final de semana em Granada, na Espanha.
Para conseguir o que consideram uma vitória, Rosario e Sara (nomes fictícios, porque as mulheres quiseram ocultar sua identidade) tiveram que enfrentar a própria família. “Nos chamavam de tudo: sapatonas, putas… E nos ameaçavam… Nossos familiares tinham vergonha da gente”, contou Sara.
Rosario, 23, e Sara, 25, estão juntas há 7 anos. Rosario era cigana e Sara tem um problema na perna que a faz mancar. “Foi como uma flecha. No começo, o que mais gostei nela foram seus lábios, sua boca. Depois, todo o restante”, recorda Rosario, cujo apelido é Pequena Flor. “Quando ela canta, muda totalmente. É um terremoto. Em mim, o que me atraiu foi sua voz. E, bom, também os seus olhos”, disse Sara.
Quando eram adolescentes, Rosario e Sara viviam na periferia de Granada com outros ciganos e imigrantes. Já naquela época, sabiam que não podiam permanecer ali e então decidiram que iriam se casar. “Éramos consideradas doentes, uns monstros”, lembra Rosario. “Mas sabíamos que ficaríamos juntas.”
O casamento de Rosario e Sara foi celebrado por um membro do Partido Popular, José María Guadalupe, que disse: “Com o exemplo de vocês e sua atitude responsável, vocês ganharão o respeito e carinho de todos.”
A cerimônia foi encerrada com uma chuva de pétalas, como manda a tradição cigana.