Se já é difícil muita gente compreender crianças criadas por pais gays, lésbcias ou bissexuais, um grupo de cinco pessoas na Holanda está dando um passo à frente: todos eles esperam o nascimento do filho numa família com multipais.
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Multipais significa criar uma criança com dois ou mais pais legais, explica a reportagem da Vice internacional, que fez uma reportagem com o quinteto.
Jaco, Sjoerd e Sean – que formam um trio amoroso gay – serão pais ao lado das mães Daantje e Dewi, que são lésbicas. E isso vai virar realidade logo logo, uma vez que Daantje está prestes a dar à luz.
Eles se conhecem há 10 anos e decidiram ser pais juntos há seis. "Cinco pais com direitos e responsabilidades iguais, divididos em duas casas – estes são os termos do acordo que todos assinamos", diz Dewi. O acordo foi necessário, uma vez que a Holanda – apesar de estar bastante adiantada nos direitos de casais gays – não está preparada para a multipaternidade.
Legalmente, eles optaram por registrar o filho com um pai de cada casa (Daantje e Jaco), uma vez que vão dividir a criação igualmente. "A vantagem é que podemos levar nosso filho para viajar sem que as autoridades nos parem porque, legalmente falando, ele não é nosso", concorda Sjoerd. "Se Danntje e eu viajarmos com nosso filho, vamos precisar de uma permissão de jaco, pois o beb~e vai ter o sobrenome dele", diz Dewi.
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Para a gravidez, eles revelam que não precisaram fazer sexo com ninguém. "Basicamente, foi assim: Daantje e Dewi estavam em um quarto, e nós estávamos no outro. Em certo ponto, Dewi gritou 'Sim, estamos prontas, e nós entramos lá com um pote de sêmen (…). Chegamos a usar uma pipeta de cozinha, mas havia muito ar nela e o sêmen acabou indo para todos os lugares errados". Levou dois meses para ela engravidar com o método.
Ao todo, o bebê vai ter cinco pais, 11 avós e 21 tios e tias. "Estamos ridiculamente preparados", declarou Sjoerd. "Escolhemos até as escolas. São principalmente as pessoas à nossa volta que esperam problemas, mas aquele mito – de que, quanto mais pessoas envolvidas, mais difícil é tomar uma decisão – não é verdade. Com a gente, não há espaço para ser irracional – se são apenas duas pessoas, você pode facilmente ficar preso numa discussão emocional que os dois queiram ganhar. Porém, quando há cinco pessoas, você é forçado a chegar a um consenso razoável."
Eles revelam ainda que recebem muitas críticas da comunidade LGBT. "As pessoas dizem coisas para Daantje e para mim como Vocês não deveriam ter envolvido homens e para os meninos: Tenha cuidado com essas lésbicas, elas vão tirar a criança de vocês. É tudo uma questão de posse, medo e ego."