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“Não dá para relativizar crimes”, diz Jean Wyllys a Luciana Gimenez no “Superpop”

O deputado federal Jean Wyllys participou na noite dessa segunda-feira (18) do programa “Superpop”, da RedeTV!, e falou sobre homofobia, contribuição das mídias e direitos pró-LGBT. 

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Na atração, Jean tentou desmistificar preconceitos e elucidar temas que sempre caem no senso comum. Dentre os exemplos, a discussão provocada por Luciana Gimenez: “Se uma criança ver um casal gay se beijando, ela vai ser gay?”. 
 
De maneira incisiva, Jean respondeu que o pensamento é uma “estupidez” e que a informação apenas destrói o preconceito, não incentiva a orientação sexual. “Eu sou homossexual e vi a minha infância inteira casais héteros se beijando nas novelas, na publicidade e sou homossexual. É um tipo de pensamento fruto da ignorância”. 
 
Ele declarou que, quando uma criança questionar um beijo gay, os pais devem explicar a verdade sem preconceitos: que no mundo há pessoas do mesmo sexo que se amam e que há pessoas de sexos diferentes que se amam, além de pessoas que amam os dois sexos. 
 
O deputado evidenciou de maneira crítica que a maioria dos pais costuma se preocupar com os filhos que “apresentam traços de homossexualidade”, mas que não se preocupa quando o filho expressa “sintomas de homofobia”. “Eles não ficam preocupados quando um filho fala mal de lésbica e gay dentro de casa, não é tratado como um problema”. 
 
TV AJUDA A QUEBRAR PRECONCEITOS
 
Durante o programa, Wyllys comentou sobre o beijo gay na novela Amor à Vida e defendeu que a televisão – e inclusive mencionou o programa Superpop – tem um papel importante na desconstrução do preconceito, pois trazem referências.
 
“O nosso irmão heterossexual pode falar da namorada em casa, pode levar a namorada em casa aos 16, 17 anos. E uma pessoa homossexual não pode fazer isso, pois senão sofre violência na própria casa, quando muito é levada para clínicas psicológicas. Quando a televisão representa a vida homossexual e o beijo gay, ela traz uma referência positiva”.
 
“COMO ASSIM, TUDO BEM?”
 
Jean e Luciana tiveram alguns momentos curiosos e de embate. Como quando Jean afirmou que casais gays são vítimas de insultos quando expressam o amor em público, e Luciana duvida.

“Será?”, pergunta a apresentadora. Jean questiona: “Como 'será' , Luciana? Tivemos um caso recente em São Paulo em que um casal gay foi espancado por 15 homens no metrô”. Luciana minimiza e diz: “Tudo bem. Mas eles são um bando de loucos”. 

 
Jean volta a questionar o comentário: “Como assim, ‘tudo bem’? Não vamos relativizar crimes com essa história de que não é a maioria. Um casal heterossexual que expresse o seu afeto num metrô não é espancado por 15 homens. Isso é um fato. Não tem radicalismo, é a luta por uma sociedade mais justa para todos”. Luciana se calou. 
 
CRIMINALIZAÇÃO DA HOMOFOBIA
 
Ao comentarem sobre crimes homofóbicos, Jean explica que a criminalização da homofobia é importante para dar “visibilidade aos motivos de um crime”. “Uma coisa é nós estarmos sujeitos à violência urbana, mas tem um tipo de violência que só eu e iguais a mim sofrem. Você, mulher, jamais vai levar uma lâmpada na cara, mas um homossexual pode levar”. 
 
A apresentadora diz que todos devem ser tratados iguais, pois são seres humanos. Jean explica: “É muito bonito dizer que todos somos seres humanos. Mas nós estamos posicionados na vida de maneiras diferentes. Então, uma pessoa indígena é uma pessoa indígena, uma pessoa pobre é uma pessoa pobre (…) Essas identidades vão vulnerabilizando a gente”. 
 
“Se eu acordar um dia e tomar uma cerveja num bar às três da manhã, eu posso descer e nada vai acontecer. A nossa sociedade tolera um homem sair a essa hora da noite. Mas se você, mulher, fizer que nem eu, no mínimo você vai receber um insulto. E, se você receber violência, ainda vão falar: “’por que você estava a essa hora na rua?’ Ou seja, não temos os mesmos direitos e temos que lutar para que todos sejam iguais no acesso ao direito”. 

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O deputado defende que crimes homofóbicos não devem ser sempre penalizados com cadeia. "Uma pena alternativa para ela se reconstruir com pessoa é muito melhor. Agora o crime contra de agressão e contra a vida devem ser punidos com as penas de prisão já previstas no Código Penal”.
 
Luciana solta: “Acredite, eu sou vítima de um monte de crime que você não sofre. Famoso é vítima de um monte de coisa. O povo acha que a gente está sentado aqui e que não é um trabalho, que a gente não tem sentimento”. Jean se calou.

O programa ainda abordou a opinião de Jean sobre Jair Bolsonaro e Levy Fidelix. 

 
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