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Não desistir, já é militar…

Olá, pessoas do baphô!!! Aqui estou, novamente…
 
Hoje estava comentando com uma amiga do trabalho: ser drag tem me proporcionado momentos incríveis com as pessoas, ou melhor dizendo, tem me proporcionado relações muito legais com as pessoas.
 
É claro que a drag tem um pouco da pessoa que está por trás dela, assim como existem elementos da drag que estão em mim quando desmontado. No entanto, sendo Cindy Butterfly, tenho tido a oportunidade de atingir pessoas que, muito provavelmente, não falariam comigo se eu fosse somente um cara comum.
 
Eu posso dizer que sou uma pessoa abençoada por Deus (só lembrando que meu conceito sobre Deus é muito diferente do conceito tradicional judaico-cristão no qual a maioria dos brasileiros é criada). Mas me sinto muito abençoada, pois nunca tive problemas com amigos, colegas de trabalho e principalmente com a família (o mais importante) pelo fato de ser homossexual. Desde os meus 18 aninhos coloquei minhas asinhas de borboleta pra fora e fui viver a vida do jeito que eu achava melhor e sempre com o apoio de minha família. No entanto, eu sei, a grande parte dos gays (isso pra não dizer a maioria) tem problemas sérios para assumir e viver sua sexualidade de forma tranquila.
 
"Mas por que raios esta louca está falando sobre isso?!?!?!?", pode perguntar aquela mais apressada.
 
Segunda ou terça-feira, não me lembro ao certo, a desembargadora aposentada Maria Berenice Dias foi entrevistada pelo Jô Soares, em seu programa. Entre outras coisas ela abordou a questão do direito homoafetivo e sobre o PLC 122, que criminaliza a homofobia.

Após a entrevista algumas pessoas se manifestaram contra algumas posturas do apresentador. Alegaram que ele fez o papel de advogado do diabo, que foi preconceituoso ao utilizar o termo "viado" e em terminar a entrevista contando uma piada com teor gay. Outros afirmam que ele quis rebater a resposta da advogada alegando que a lei priva o direito de liberdade de expressão e por aí afora… Ele até utiliza o exemplo de um cara que mora em um condomínio e pode usar a lei de forma a favorecê-lo, alegando ser vítima de preconceito em função de sua orientação sexual.
 
Bom, eu sinceramente não me incomodo com o termo "viado". Acho que ele já foi esvaziado deste significado unicamente pejorativo e nós mesmos o utilizamos para nos referir uns aos outros. Pode ser que alguém se ofenda, eu não ligo… É como eu sempre digo, não é o que se diz, mas como se diz e alguém pode ser muuuuuuito mais preconceituoso utilizando, por exemplo, a palavra homossexual.

A piada, achei desnecessária sim. Aliás, mais do que desnecessária, deu a entender que a comunidade gay, num futuro próximo, vai obrigar as pessoas a serem homossexuais. Não precisava… No entanto, achei que o Jô poderia ter utilizado o espaço para esclarecer melhor algumas questões do PLC 122 e não o fez. Por exemplo: ele fala da questão da liberdade de expressão e que a lei pode afetar isso. Ainda bem que a advogada soube respondê-lo a altura e disse: "Hoje ninguém faz piada com negros, porque tem uma lei que os protege". E outro momento que me deixou bastante puta foi ele dizer que as pessoas poderão utilizar a lei de forma errada, em benefício próprio… Bom, querido, se o Bolsonaro usa e abusa de sua imunidade parlamentar… E cita o exemplo do cara do prédio que é chato e os demais moradores o acham insuportável e, pelo fato de ele ser gay, poderá usar da lei para penalizar o condomínio.

Um amigo está vivendo exatamente esta situação: está sofrendo bullying no prédio em que reside e a administração não toma nenhuma providência. Então, Sr. Jô Soares, pense bem no que você diz, pois o seu programa e a emissora onde você trabalha têm uma importância muito grande no imaginário e no pensamento coletivo. Afinal, só eu sei o que este amigo tem passado… E ele não é o único, infelizmente.
 
O importante, meus escândalos, é não desistir… É buscar e fazer valer os poucos direitos que temos. Enquanto o PLC 122 não é votado e aprovado, busquem em sua cidade, no seu Estado uma lei que possa defendê-los. Omissão não pode ser nossa forma de combate. E qualquer coisa, meus anjos, botem a boca no trombone!!! A super Cindy está aqui para ajudá-los… A gritar, pelo menos…
 
Tá dado o recado….
 
Beijo, beijo, beijo… Fui…

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