Esta semana demos a notícia sobre a propaganda gay-friendly de um carro. No comercial em questão, mudam as figuras que dirigem o tal automóvel, primeiro um homem, depois uma mulher, depois um negro. Quando cita a questão dos homossexuais, uma grande bandeira aparece fincada em cima do carro.
Pronto. Foi o suficiente para alguns leitores comentarem que só na parte dos homossexuais é que não havia um rosto para representar a classe. E aí, por esse motivo, a propaganda não era nada "friendly" e, sim, a montadora estava era tentando se aparecer em cima dos homossexuais.
Será que é tão difícil aceitar, encorajar e parabenizar uma atitude como essa do comercial? Por quê será que não nos contentamos com o fato de estar lá uma bandeira do arco-íris representando toda a diversidade? Sempre tem que ter alguém para apontar um aspecto negativo e dar um pontapé inicial naquilo que depois acaba virando uma interminável bola de neve.
Não dá para agradar todo mundo. É fato. Se os publicitários ou a agência responsável pela campanha quisessem ter feito uma gracinha e colocado uma drag, choveriam comentários de gays dizendo que uma drag não os representam. Se fosse uma travesti, aconteceria a mesma coisa. Pensemos então se colocassem um homem representando os homossexuais. Bom, a primeira coisa que notariam seria a cor da pele. E aí, falariam que também existem gays negros, que a propaganda é sectária e isso e aquilo.
Depois iriam questionar o porquê não ter uma lésbica ao invés de um gay. Afinal, as lésbicas têm menor visibilidade. Se a lésbica em questão fosse muito masculina iriam acusar os publicitários de se basearem no estereótipo da lésbica machuda, caminhoneira. Se fosse muito feminina, também seria preconceito. Se ela for branca, vão falar das lésbicas negras e assim por diante.
Percebe-se que é gente demais saindo no tapa por um espaço de trinta segundos pra vender um automóvel. É por isso que eu prefiro a bandeira. É uma solução bastante prática e eficiente.