A comunidade gay italiana se irritou com o técnico da seleção, Marcello Lippi, que, em entrevista para uma rede de televisão local, disse que não há homossexuais no futebol.
"Acredito que entre os jogadores não há gays. Em 40 anos de carreira nunca conheci um e nunca ouvi falar. Pode existir alguém que tenha tendências [homossexuais], mas não manifesta publicamente", disse Lippi.
Aurélio Mancuso, presidente da Arcigay, disse que a visão do treinador acerca de gays e lésbicas no esporte é "cega". "Lippi faz como os Três Macacos Sábios: não vê, não ouve, não fala. Ele favorece o clima hostil no ambiente futebolístico italiano em relação aos homossexuais", afirmou.
Na mesma entrevista, Lippi declarou que, apesar de não crer em gays no futebol, "jamais" excluiria um jogador por causa de sua orientação sexual. "Jamais seria capaz de excluir um jogador por ser gay, mas penso que é muito difícil que um atleta consiga viver de forma natural a sua homossexualidade. Mesmo que do ponto de vista cultural muitas pessoas estejam prontas para apoiar e aceitar uma situação destas, tudo será feito para que a mesma seja tratada de uma forma extremamente negativa", finalizou.
