A senadora Fátima Cleide (PT-RO) foi uma das participantes do III Congresso da ABGLT. Convidada para compor um painel sobre a conjuntura nacional que aconteceu no domingo (19/04), a relatora do PLC 122/06 – que criminaliza a homofobia no país – também foi homenageada pelo Prêmio Dirietos Humanos ABGLT.
No domingo, ao receber o prêmio, a senadora respondeu algumas perguntas feitas pela reportagem do site A Capa.
Qual é a situação do PLC 122/06? Ele será votado esse ano?
A minha luta é para que ele seja votado o mais breve possível, mas nesse início de ano tivemos uma certa paralisia no Congresso em função de várias situações distintas e também pela quantidade de feriados que tivemos. Tudo isso atrapalha a produção do Senado Federal. Mas, eu tenho conversado com a presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) e o nosso interesse é botar o projeto para ser votado na casa. Pelo calendário que temos para as duas próximas semanas, com o fim de algumas audiências públicas, a senadora se comprometeu em pautar o projeto e eu espero que no máximo no início de junho a gente consiga tê-lo aprovado na CAS e também na Comissão de Direitos Humanos.
Os senadores [Eduard] Suplicy e [Aloisio] Mercadante (ambos do PT-SP) irão apoiar o projeto?
Creio que sim.
Com [José] Sarney (PMDB- AP) na presidência do Senado fica mais fácil ou mais difícil?
Não sei te dizer. Nós temos vários senadores de todos os partidos que apoiam e outros que não apoiam. Eu quero acreditar que o presidente Sarney deve apoiar a causa.
E essa ideia de acampar na Esplanada?
Acampar é uma palavra que a gente usa muito no movimento sindical no sentido que o movimento passe a freqüentar mais os gabinetes de senadores, que conversem com eles no corredor e que tenha uma certa pressão para que isso possibilite o entendimento de que nós não estamos querendo tirar a liberdade religiosa e de expressão de ninguém, ao querermos garantir o direito para que todas pessoas com uma orientação sexual, que não seja heterossexual, tenham segurança de vida. Porque é isso o que acontece quando a gente não cuida do preconceito e da discriminação.