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“Não quero ser cometa, quero ter muito mais coisas pra brilhar”, diz DJ Filipe Guerra

O recifense Filipe Guerra, que atualmente mora no Rio, não para em casa. Todo fim de semana cumpre uma agenda de apresentações muito intensa. Algumas vezes se apresenta sozinho e em outras ocasiões com sua companheira de trabalho Lorena Simpson

Seu sucesso é resultado do trabalho que vem fazendo há 10 anos como DJ, carreira que iniciou em festas familiares e emergiu para os clubes gays ao vencer o concurso que a Metrópole, principal clube de Recife, promove todos os anos.

Com turnê para México e Canadá marcada para o próximo mês, ele já emplacou música até em trilha sonora de novela, Guerra se prepara para marcar o novo momento de sua vida profissional: suas primeiras apresentações internacionais.

Está finalizando uma produção que será lançada em novembro em conjunto com a Alexxa, responsável pelo hit "Give It To Me". Agora você confere uma entrevista com o moço, que já estampou as páginas da Revista A Capa.

Como foi o inicio da sua carreira e como foi ser residente da Metrópole, um dos principais clubes gays do nordeste?
Desde criança sempre fui responsável pela trilha sonora das festas de família e da escola. Lembro que vendia fita cassete com as mais tocadas nas rádios para meus tios, e sempre ouvia muita música. Comecei a tocar oficialmente há 10 anos, aos 15 anos, nas festas de amigos da escola. Em 2002 surgiu um curso de DJs no Club Metrópole que escolheria o melhor aluno para ser residente, e eu fui apostando a residência. Fiquei residente por 2 anos, numa experiência inesquecível, que me ensinou muita coisa e me fez aprender sobre feeling de pista. Até hoje tenho grande carinho por todos da casa, que sem dúvidas é um dos melhores lugares na noite se você estiver no nordeste.

E porque deixou o clube?  Qual bagagem trouxe de lá?
Fui chamado para integrar a formação do grupo Kasino, na época líder de sucesso nas [rádios] FMs do Brasil e nas pistas do mundo, trilha sonora de novela das oito. Era um convite que me pareceu tentador para alavancar a carreira como DJ e desenvolver a de produtor.

Como e por que se deu sua decisão de ir morar no Rio de Janeiro?
Foi uma decisão bastante complicada. Hoje não me arrependo, mas já tiveram momentos difíceis de adaptação e de muito esforço pra conseguir meu lugar por aqui. Sempre lutei pelos meus sonhos e nunca desisti fácil, sempre acreditei neles, e a situação da escolha era um novo sonho nas mãos.

Você ainda assina a coluna na DJ Sound? Como é esse seu trabalho lá?
É uma coluna que assino há quase 1 ano e meio, desde a época que eu era label manager [um gerente de selo] de gravadora. Escrevo sobre os singles que irão se destacar nas rádios do país e nas pistas. O meu feeling ajuda muito, é como uma aposta do que vai ser hit.

E sua parceria com a Lorena Simpson? Como foi essa união entre vocês? Quais são os frutos deste trabalho em conjunto, além dos hits que já conhecemos?
A Lorena Simpson eu conheci em 2007, quando ela foi contratada pela Maxpop para gravação do seu primeiro single, que não tinha foco no mercado gls. De cara achei que o trabalho de direcionamento feito na época não era o que ela merecia. Após criar uma coletânea com hits da noite gay, pensei em produzir algo que faltava na cena e na noite, aquilo que eu gostaria de ouvir, uma música que passasse sentimento bom e que todo mundo pudesse cantar junto. Ela era ideal para esse projeto.

Gravamos "Can´t Stop Loving You" e, para minha surpresa, em 2 meses a música começou a ser executada em todos os lugares do país. Foi um salto fundamental na minha carreira, que até então estava focada em outras prioridades. Era exatamente a mudança que eu queria na minha vida, e a retomada de coisas que eu fazia em Recife.

Logo em seguida veio "Brand New Day", que é um hino da minha vida. Essa música é o resultado de um momento muito forte que eu passei, e o sucesso dela pra mim é como uma resposta do medo que tive há 3 anos, quando troquei tudo que tinha para arriscar no novo, no incerto. Quando a gente faz o que gosta e com atitudes do bem tudo dá certo. Eu sou muito grato a todas as pessoas responsáveis por esse êxito. Serei eternamente grato a cada um que olha no meu olho enquanto eu toco e fala: "gosto da sua música". É pra esse público que fico noites acordados, para fazer músicas em que eles expressem seus momentos de felicidade.

"Can’t Shop Loving You" foi selecionada para fazer parte de uma trilha de novela. Isso aumentou sua projeção profissional? Consegue mensurar isso?
A música já é tão forte, que foi como um complemento. Graças a Deus a música conseguiu atingir todo o Brasil, independente de ser um tribal house.

Você está com turnê para o Canadá e México. Conte-nos um pouco sobre esse passo na sua carreira.
Minha tour pelo México começa agora dia 30 de outubro e finaliza na segunda semana de novembro quando eu toco junto com o Offer Nissim. É um momento muito especial da minha carreira, a realização de um sonho. É o início de uma fase de crescimento.

Você estampou uma página da revista A Capa na edição onde o tema era Teen, justamente por ser jovem e, claro, bonito. Rolam cantadas quando você está nos clubes? Como lida com isso? Tem namorado?
(risos). Pode não parecer, mas eu sou bastante tímido. Fico muito sem jeito quando recebo cantadas. Quanto a relacionamento, vivo uma história bastante feliz há 2 anos, com um grande companheiro e uma das pessoas mais especiais na minha vida.

Blogs tem dito que você é o DJ do momento. Como você encara isso? Como visualiza sua carreira daqui 10 anos? Quais são os planos?
Eu não queria ser rotulado por momento. Momento é instantâneo, é igual ao cometa. Não quero ser cometa, quero ter muito mais coisas pra brilhar ainda e pra aprender. Quero estudar muito mais, e juntar música, imagem e gerenciamento artístico em alguns planos que tenho pela frente. Quero tocar muito ainda por aí a fora, levando minha música, e passando energias boas para as pessoas.

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