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Não sou Neo nem Jesus… Mas poderia ser Trinity ou Maria Madalena

Você já teve a sensação de que o mundo não é exatamente assim, do jeito que nós o enxergamos? Já sentiu alguma vez a sensação que existem mais coisas do que te contaram? Já teve a impressão de que, em algum momento, alguma coisa poderá acontecer e modificar completamente o nosso mundo? Ou ainda, já se pegou pensando que alguém surgirá para te salvar deste mundinho uó em que vivemos?
 
Não, meu amor… Não estou falando de 2012 do calendário maia nem sobre o Neo e o filme Matrix, ou tampouco sobre a morte de Jesus Cristo para nos salvar… E nem adianta se animar porque não estou fazendo propaganda de nenhum "doce" ou "bala"! Estou falando sobre o Mito da Caverna. Não confundam com a Caverna do Dragão… Esqueçam o mundo dos desenhos animados e do extinto Xou da Xuxa.
 
Momento professora Helena: O mito da caverna foi escrito pelo filósofo Platão em sua obra A República. Nele, Platão conta que os homens nasceram dentro de uma caverna escura e sempre estiveram acorrentados, sem poder se locomover, voltados para a parede dela. Na entrada havia uma fresta por onde entrava a luz e que fazia projetar sombras em seu interior. Assim, os homens viam as sombras e ouviam o som do mundo fora da caverna e concluíam que o som provinha das imagens projetadas na parede da caverna. Logo, concluíam, era a realidade – aquele era o mundo. No entanto, um homem conseguiu se libertar das correntes e viu a luz que vinha da entrada do buraco em que estavam. Seguiu e viu que fora da caverna não havia monstros como pensavam, apenas uma natureza que desconheciam. Segundo Platão, se o homem voltasse para contar o que viu aos seus companheiros, certamente correria alguns riscos: poderá ser ignorado, poderá ser visto como louco, e numa situação extrema poderão matá-lo por ser considerado um inventor de mentiras.
 
Não é coincidência, meus amores…  Nem roteiro de filme. Os primeiros filósofos cristãos pegaram o mito da caverna e fizeram um mix com a história de Jesus Cristo e o transformaram assim no Deus em que o ocidente acredita. Observem as coincidências: Jesus é o cara que se liberta das correntes e vê um mundo diferente e, quando volta para avisar os seus, é morto por ser um blasfemador? Neo, do filme Matrix, é a mesma coisa, reparem.
 
Tá, mas qual a relação disso com o universo LGBT? Poderá perguntar alguém.
 
É verdade, lendo até aqui dá até a impressão que eu tomei a balinha que falei logo acima… Mas não. O fato é que, como hoje é um dia em que muitos cristãos estão pensando neste momento emblemático do cristianismo, eu me pergunto: até onde esta história de vida, morte e ressurreição é verdadeira? Qualquer um que estudar Idade Média, um pouco mais a fundo, saberá que toda a doutrina das igrejas cristãs foi criada neste período. Ou seja, Deus, Jesus… Enfim… Tudo não passa de interpretações e adaptações de histórias para se pregar uma filosofia. No caso, religiosa. A história pode até ser básica, mas o tempero depende das mãos dos escritores…
 
Ainda não entendi a parte dos LGBT…
 
O fato é: muitos religiosos, sobretudo os fanáticos, não cansam de citar algumas passagens batidas da bíblia para condenar a homossexualidade. A questão é que as "Escrituras Sagradas" é um livro que retrata a fé de um povo, portanto, não serve como dado histórico e científico. Até poderá ser utilizado para compreender o pensamento de determinado povo ou época, mas jamais para expressar que aquilo seja a realidade, ainda mais a realidade sobre Deus – algo tão subjetivo.

Espero que eu possa, de alguma forma, perturbar algumas mentes (perturbar para o bem, é claro!) e levantar um debate interessante sobre como as crenças são utilizadas para discriminar determinadas pessoas ou práticas. Quem sabe não saímos desta caverna de uma vez por todas?
 
Olha eu fazendo o Neo ou Jesus Cristo… Melhor não. Acho que fico melhor de Trinity ou Maria Madalena, no máximo…
 
Agora, meus amores, é com vocês… Qual das pílulas querem tomar: a azul ou a vermelha?
 
Tá dado o recado… Beijo, beijo, beijo… Fui…

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